O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, teceu críticas contundentes à recente Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, apresentada pelo governo federal como tentativa de enfrentar o crescimento das facções criminosas no país.
Mendes, que estava no exterior no momento da reunião convocada pelo presidente Lula com os governadores, afirmou que a PEC não oferece soluções eficazes para o combate ao crime organizado, considerando as medidas propostas como "insuficientes" e comparando-as a um "remédio leve para um problema grave".
"Fiquei satisfeito com a iniciativa do governo federal em abrir o diálogo sobre a segurança pública, mas a proposta é uma medida paliativa, que apenas maquiará a gravidade da situação", declarou Mendes.
"O Brasil precisa de uma reforma corajosa e estruturante, não de ações tímidas que não resolvem a raiz do problema", acrescentou o governador, criticando a PEC por não promover mudanças que realmente desafiem o poder crescente das facções.
A PEC busca estabelecer uma maior integração e troca de informações entre as forças de segurança do país. Contudo, Mendes e outros líderes estaduais mostraram ceticismo quanto à eficácia desse tipo de medida no combate ao crime organizado.
O caso recente do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, que foi executado no Aeroporto de Guarulhos após colaborar com as autoridades em uma investigação contra o PCC, trouxe novas preocupações sobre a segurança de delatores e sobre a força das facções, o que para Mendes reforça a urgência de políticas mais robustas.