Em meio a uma disputa judicial envolvendo a concessão de rodovias estaduais, o governo do Mato Grosso sugeriu que a negativa de um aumento de R$ 840 milhões em recursos para o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) pode ser o motivo por trás da decisão do presidente do órgão, Sérgio Ricardo, de retirar a relatoria do processo de concessões das mãos do conselheiro Valter Albano.
O governo do Estado, liderado por Mauro Mendes, rebateu duramente a decisão de Sérgio Ricardo, classificando-a como "esdrúxula e ilegal".
A tensão entre o Executivo e o TCE-MT se intensificou após a negativa de um pedido do Tribunal para aumentar o orçamento de R$ 800 milhões em mais R$ 120 milhões.
O pedido foi seguido por outra solicitação, também negada, de mais R$ 720 milhões para a construção de uma nova sede, a "Cidade de Contas".
Além disso, o governo estadual questiona na Justiça a decisão de Sérgio Ricardo de tomar para si a relatoria do processo de concessões, acusando o presidente de violar o regimento interno do TCE.
A Procuradoria Geral do Estado já entrou com um mandado de segurança para tentar reverter a decisão, que, segundo o governo, interfere diretamente no trabalho técnico e imparcial de Albano, relator original do caso.
Em resposta a uma nota da Atricon, que criticou a ação judicial movida pelo governo, o Palácio Paiaguás afirmou que a manifestação da entidade foi "infeliz" e demonstrou "desconhecimento de todo o processo".
O governo ressaltou que a Atricon não se posicionou em defesa do conselheiro Valter Albano, que, de acordo com o Executivo, vinha trabalhando de forma técnica no processo há sete meses.