Em entrevista ao programa “VGN no AR,” o deputado estadual Wilson Santos (PSD) destacou a gravidade do avanço do crime organizado no Brasil e defendeu a criação de um pacto nacional para combater a violência. A declaração foi dada em referência à reunião convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir com governadores a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Segurança Pública. O encontro contou com a presença do governador em exercício de Mato Grosso, Otaviano Pivetta (Republicanos), entre outros líderes, que apoiaram a proposta de união nacional contra o crime organizado.
Wilson Santos relembrou uma entrevista de duas décadas atrás com Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), que previu o domínio do narcotráfico sobre o país. Na época, Marcola afirmou que, dada a fragilidade das instituições brasileiras, o crime organizado tomaria conta das ruas e colocaria “soldados” em cada esquina. Segundo o deputado, essa previsão se concretizou, com o crime organizado presente em comunidades de diversos tamanhos, desde grandes centros até distritos como Agrovila das Palmeiras em Rondonópolis e Chapada dos Guimarães.
“Estamos tomando uma goleada do crime organizado. Ele se instalou nas periferias, ocupando o espaço que o Estado abandonou, sem esportes, cultura ou assistência social. O crime está ganhando apoio nas áreas marginalizadas. Recentemente, em Cuiabá, vimos a prisão de um vereador em pleno exercício do mandato, o que reflete o alcance do crime na política,” afirmou Wilson.
O deputado mencionou ainda as recentes acusações de Rafael Ranalli (PL), vereador eleito de Cuiabá, sobre o financiamento de campanhas de pelo menos quatro vereadores com dinheiro de facções criminosas. Wilson também destacou o envolvimento de autoridades judiciais em casos de corrupção, citando o afastamento de desembargadores no Mato Grosso do Sul e em Vila Rica por suposta venda de sentenças.
Ele mencionou o assassinato do advogado Roberto Zampieri, cujo celular, segundo o deputado, “é uma verdadeira Bíblia da malandragem e corrupção”.
Para o deputado, a iniciativa do presidente Lula de propor uma aliança nacional contra o crime organizado é “tardia, mas necessária” para reverter o domínio do crime e recuperar a presença do Estado nas regiões afetadas.