Em meio ao processo de eleições diretas para renovação de sua cúpula partidária, o Partido dos Trabalhadores (PT) intensifica ações para ampliar sua presença entre lideranças religiosas, com foco especial na aproximação com os evangélicos — grupo que historicamente apresenta alta rejeição à sigla e ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O coordenador do setorial inter-religioso do PT, Gutierres Barbosa, que também é vice-presidente da Igreja Batista Nazaré de Salvador, afirma que o partido está mapeando lideranças religiosas em todo o país para fortalecer sua atuação nas instâncias de direção. Segundo ele, o objetivo é consolidar e expandir os núcleos evangélicos petistas nos estados, criados em 2015.
“Os evangélicos não são contra o programa do PT, mas o partido precisa ouvi-los e aprimorar o diálogo. Temos que atrair os evangélicos do centro, que são 40%”, disse Barbosa em entrevista à CNN.
Tradicionalmente ligado aos católicos por meio das comunidades eclesiais de base (CEBs), o PT agora busca construir pontes com o segmento evangélico, que tem uma presença mais pulverizada e descentralizada. Essa movimentação ocorre em meio à crescente reprovação do governo federal entre os evangélicos: pesquisa Genial/Quest aponta que 67% desse eleitorado desaprovam a atual gestão — um aumento em relação aos 58% registrados anteriormente.
Apesar das dificuldades, Barbosa destaca avanços. Segundo ele, o PT conseguiu eleger cerca de 300 evangélicos em 2024 para cargos de vereador, prefeito e vice-prefeito. A expectativa é que essas lideranças sirvam de ponte para um diálogo mais eficaz com o setor, considerado estratégico para as próximas disputas eleitorais.
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