Marcos Lopes
Em meio ao caos na saúde pública da capital mato-grossense, o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, descartou a possibilidade de uma nova intervenção estadual no setor.
Segundo ele, com a posse iminente do prefeito eleito Abilio Brunini (PL), prevista para menos de um mês, a medida seria ineficaz.
“Nem os órgãos de controle, tampouco o governo do Estado cogitam uma nova intervenção. Tem um prefeito eleito que vai assumir a gestão daqui a alguns dias e eu acho que não ‘cai’ bem, nesse momento, discutir. Seria pouco resolutiva uma intervenção”, afirmou Gilberto após uma reunião emergencial convocada pelo presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Eduardo Botelho (União), nesta segunda-feira (9).
A reunião contou também com a presença do conselheiro Sérgio Ricardo, presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), e discutiu as falhas graves na saúde municipal.
Entre os problemas apresentados pelo governo estadual ao Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) estão a ausência de especialidades médicas no Hospital São Benedito, falta de materiais no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) e interrupções em cirurgias e procedimentos eletivos.
Gilberto responsabilizou a atual gestão, liderada pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), por reduzir a operação dos serviços públicos na reta final de seu mandato.
“Quando começam a paralisar os serviços, rodar menos os leitos dos hospitais, parar as cirurgias e faltar os medicamentos, é para colocar o ‘pé no freio’ no final do exercício”, disse.
O debate sobre a intervenção ganhou força após decisão do desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), no dia 28 de novembro.
O magistrado determinou que o TCE-MT analisasse rapidamente as denúncias de irregularidades, ressaltando a gravidade da situação.
Apesar do cenário crítico, o secretário estadual e o governador Mauro Mendes (União) reforçaram que é mais prudente aguardar a posse do novo prefeito, na expectativa de que Brunini implemente soluções efetivas para o sistema de saúde da capital.
As próximas semanas serão decisivas para os rumos da saúde pública em Cuiabá, com a transição de governo e a análise do TCE sobre as inconsistências apontadas.
Enquanto isso, pacientes e profissionais enfrentam as consequências de uma gestão marcada por críticas e dificuldades