Por Mila Schneider Lavelle
O rabino Zvi Kogan dedicou sua vida à promoção dos valores do judaísmo — paz, compaixão e busca por justiça. Nascido em 1996 no bairro de Ramat Shlomo, em Jerusalém, ele cresceu em um ambiente de aprendizado e devoção. Estudou em renomadas yeshivas, como Maoz Chayil e Mir Yeshiva, e serviu na Brigada de Infantaria Givati das Forças de Defesa de Israel, onde combinou fé e coragem em sua trajetória.
Em 2020, com os Acordos de Abraão marcando um novo capítulo no Oriente Médio, Kogan assumiu um papel pioneiro como representante do movimento Chabad em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos. Junto ao rabino Levi Duchman, foi instrumental na criação do primeiro centro de educação judaica do país, além de implementar serviços religiosos essenciais, como a disponibilização de alimentos kosher. Em 2021, liderou a oração Yizkor na primeira cerimônia de lembrança do Holocausto nos Emirados, destacando-se como um símbolo de fé e resiliência.
O assassinato que chocou a comunidade
O trágico assassinato do rabino Zvi Kogan abalou profundamente a comunidade judaica nos Emirados Árabes. Autoridades locais identificaram três cidadãos uzbeques como os principais responsáveis pelo crime brutal: Olimpi Tohirovic, Mahmudjun Abdurrahim e Azizbek Kamilovich. Os suspeitos fugiram para a Turquia logo após o ato, mas foram rapidamente localizados, presos e extraditados de volta aos Emirados, onde enfrentarão a justiça.
Especulações iniciais sugeriram possível envolvimento iraniano, dada a tensão regional e a natureza do crime, mas nenhuma evidência concreta emergiu até o momento. O governo iraniano negou qualquer envolvimento no caso.
As autoridades dos Emirados reafirmaram seu compromisso com a segurança e estabilidade do país, enviando uma mensagem clara de que crimes de ódio não serão tolerados.
Legado e resiliência diante da perda
A comunidade judaica local, que se beneficiou imensamente da liderança de Kogan, enfrenta agora um misto de dor e determinação. A tragédia reforça a necessidade urgente de combater o antissemitismo e promover a convivência pacífica entre diferentes grupos religiosos e étnicos.
Apesar do impacto devastador, a comunidade continua comprometida em honrar o legado de Kogan. Seus esforços em prol da união e diálogo na região permanecem como um exemplo inspirador, reafirmando os valores de paz e cooperação que ele tão ardentemente defendia.
O assassinato do rabino Zvi Kogan não apenas revelou as sombras do ódio antissemita, mas também destacou a luz de sua dedicação e coragem. Seu legado viverá como um símbolo de resistência e fé, iluminando o caminho para uma convivência mais harmoniosa no Oriente Médio e além.
*Mila Schneider-Lavelle é especialista em Marketing e Teologia, com experiência como Head Manager de Marketing. Influenciadora digital com foco em temas internacionais, especialmente sobre o Oriente Médio