Em entrevista ao Jornal da Oeste, o procurador do Ministério Público de São Paulo, Cesar Dario Mariano, expressou preocupação com a possível aliança entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). Segundo Mariano, essas facções historicamente rivais estariam se unindo para pressionar o governo federal a flexibilizar as regras do Sistema Penitenciário Federal, onde muitos de seus líderes estão detidos.

O procurador destacou que essa união pode resultar em ações coordenadas, como rebeliões e ataques a policiais, ampliando a influência dessas organizações criminosas. Ele enfatizou que, embora o PCC e o CV tenham sido adversários na disputa pelo controle do tráfico de drogas e territórios, a atual aliança representa uma estratégia para extorquir o governo.

Mariano ressaltou a necessidade de "estrangular" financeiramente o crime organizado, argumentando que apenas prender os líderes não é suficiente, pois outros membros podem assumir essas posições. Ele defende uma ação coordenada pelo governo federal para combater o tráfico de drogas e enfraquecer economicamente essas facções, já que os estados, isoladamente, não possuem recursos para enfrentar o problema em âmbito nacional.

O procurador alertou ainda para o risco de o Brasil se tornar um narcoestado, citando o Rio de Janeiro como um exemplo onde a influência do tráfico é predominante. Ele enfatizou a importância da colaboração dos tribunais superiores para garantir que criminosos sejam efetivamente presos e processados pelas autoridades policiais.

A possível aliança entre o PCC e o CV é vista como uma ameaça significativa à segurança pública, exigindo uma resposta firme e coordenada das autoridades brasileiras para impedir o fortalecimento dessas facções criminosas.

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