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BRASIL Segunda-feira, 09 de Dezembro de 2024, 14:04 - A | A

Segunda-feira, 09 de Dezembro de 2024, 14h:04 - A | A

"NÃO É NÃO"

Viralização, arrependimento e disputa judicial: o caso da "polêmica da janela do avião"

Jeniffer manteve sua posição de que não trocaria de assento, considerando a decisão um aprendizado para sua filha.

 

A advogada Eluciana Cardoso tornou-se protagonista de um dos vídeos mais comentados da última semana no Brasil. Em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, Eluciana chorou e pediu desculpas a todos os envolvidos no episódio que ficou conhecido como a "polêmica da janela do avião". Ela reconheceu ter perdido o controle emocional ao confrontar Jeniffer Castro, uma passageira que preferiu manter seu assento em um voo entre Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

“Eu perdi totalmente o meu controle. Parecia que eu estava saindo do meu corpo. Eu fiquei com o coração com taquicardia, pela indiferença. Meu erro foi esse: ter perdido meu controle emocional. Eu que sou uma pessoa sempre centrada”, afirmou Eluciana, visivelmente emocionada.

O caso começou quando o assento 21F, reservado por Jeniffer, foi ocupado pelo filho de 4 anos de Aline Rizzo, que viajava com três filhos e outros conhecidos. Aline, que estava acomodando outro filho cadeirante, retirou o menino do lugar quando Jeniffer chegou, mas ele começou a chorar e se debater ao perceber que não poderia sentar ao lado da avó.

O registro e a polêmica

Eluciana, que não tinha relação com a família, decidiu intervir, questionando Jeniffer sobre a possibilidade de trocar de lugar. Após receber uma recusa educada, a advogada passou a filmá-la e a fazer comentários sobre sua suposta falta de empatia.

“Agora eu vou deixar ela famosa”, disse Eluciana no vídeo, no qual também questiona se Jeniffer tem algum “problema” ou “deficiência”. A gravação foi enviada para sua filha, Mariana Cardoso, que publicou nas redes sociais. A postagem viralizou rapidamente, gerando uma onda de críticas e ataques à jovem.

Mariana defendeu-se dizendo que tentou editar o vídeo para preservar as identidades, mas um erro técnico teria feito a edição falhar. “Eu cometi um erro de iniciante e não acho justo estar sendo tão massacrada”, argumentou.

Reflexão e consequências legais

Eluciana expressou arrependimento pelo ocorrido, dizendo que a situação trouxe “dor para todas as partes envolvidas”. Ela afirmou que sua intenção inicial era resolver a situação de forma pacífica e educativa, mas admitiu que perdeu a calma diante do que percebeu como indiferença.

Jeniffer, por sua vez, manteve sua posição de que não trocaria de assento, considerando a decisão um aprendizado para sua filha. “Não é não”, declarou.

Agora, o caso deve ser resolvido na Justiça. A advogada de Jeniffer, Pamela Marcele, confirmou que processará Eluciana por danos morais e citou os crimes de difamação e injúria.

“Gravar alguém sem autorização em um contexto constrangedor é passível de reparação”, afirmou Pamela.

O episódio reacendeu debates nas redes sociais sobre limites no direito de registro e compartilhamento de vídeos e a ética em situações públicas.

 
 
 
 
 

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