menu
24 de Janeiro de 2025
facebook instagram whatsapp
lupa
menu
24 de Janeiro de 2025
facebook instagram whatsapp
lupa
fechar

CIDADES Quinta-feira, 23 de Janeiro de 2025, 16:54 - A | A

Quinta-feira, 23 de Janeiro de 2025, 16h:54 - A | A

VEJA NOTA

CRM-MT rebate acusações do prefeito de Cuiabá e esclarece situação do sistema de saúde

O CRM-MT esclareceu que há uma diferença fundamental entre as funções das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e das Policlínicas.

 

O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) reagiu às declarações do prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini, que tentou responsabilizar médicos pelo caos no sistema de saúde da capital. Em nota pública, o órgão repudiou as acusações e destacou que a falta de estrutura e investimentos é a verdadeira causa dos problemas enfrentados pela população.

 

O CRM-MT esclareceu que há uma diferença fundamental entre as funções das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e das Policlínicas. Segundo o Conselho, as UBSs não têm capacidade para atender urgências e emergências, papel exclusivo das UPAs. A insinuação de que pacientes com classificação de risco verde poderiam ser atendidos nas UBSs é equivocada e coloca em risco a vida de pessoas com quadros mais graves.

 

Além disso, a nota expõe o desmonte da Atenção Primária em Cuiabá, com obras atrasadas, falta de equipes e sistemas ineficientes. Como exemplo, o Conselho mencionou as reformas das UBSs 3 e 4 no bairro Pedra 90, que já duram oito anos, e a ausência de implementação de 100 equipes de Atenção Primária autorizadas pela Prefeitura.

 

O CRM-MT também criticou as ameaças de demissão feitas pelo prefeito contra os profissionais de saúde. Segundo o órgão, essa postura não apenas agrava o problema, como também contribui para o aumento da violência contra médicos. Dados do Conselho Federal de Medicina mostram que um profissional é vítima de violência a cada três horas no Brasil.

 

Por fim, o CRM-MT afirmou que continuará cobrando soluções estruturais para a crise na saúde pública e destacou que responsabilizará o prefeito por qualquer incidente envolvendo agressões a médicos.

 

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Diante de mais uma tentativa, por parte do prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini, de criminalizar e imputar a responsabilidade pelo caos vivido no Sistema de Saúde da Capital aos médicos, o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) vem a público esclarecer que:

- Há grandes diferenças entre Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Policlínicas. As UBSs não foram feitas para o atendimento de urgências e emergências. Usando como exemplo a iniciativa privada, elas funcionam como o consultório do médico, enquanto as UPAs são os Pronto-Atendimentos dos hospitais. Quando alguém tem dor, febre, vômitos e outros sintomas, esta pessoa não liga para marcar uma consulta, ela vai ao Pronto-Atendimento;

- Ao dizer que os pacientes classificados nas UPAs e policlínicas com classificação de risco verde, o prefeito dá a entender que estas pessoas poderiam ser atendidas nas UBSs, o que não é verdade. Essa postura do prefeito tem levado pacientes com problemas mais graves às unidades, colocando em risco a vida destas pessoas. Embora sejam menos prioritários que aqueles com classificação vermelha ou amarela, estes casos também demandam cuidados na própria UPA;

- Ao longo dos anos, a Atenção Primária passou por um verdadeiro desmonte e, hoje, as UBSs não possuem estrutura adequada para tratamento dos pacientes. Foi retirado do médico até mesmo o direito da emissão da Autorização de Internação Hospitalar (AIH). A população, que busca uma UBS sabe que o médico que atende nesta unidade conta apenas com uma caneta e com o bloco de receituário médico e que os exames pedidos não serão feitos, ou serão feitos após um, dois e até mesmo três anos;

- Sem nenhuma condição de atendimento, o que se vê é uma baixa taxa de resolutividade. Quem busca a UBS e tem o encaminhamento para a realização de um exame de imagem, por exemplo, leva, com sorte, mais de um ano para fazer o procedimento. O Conselho lamenta que, até o momento, não há nenhuma movimentação por parte da Prefeitura em contratar empresas para a realização destes exames. É justamente por não conseguir solucionar os problemas de saúde dos pacientes que as UPAs estão lotadas;

- Falando justamente do caso do Pedra 90, a realidade é que as UBSs 3 e 4 do bairro estão em reforma há pelo menos 8 anos, obra ainda não foi concluída. Isso sem contar a autorização para a criação de mais 100 equipes de Atenção Primária cuja efetivação até o momento não ocorreu no município;

- Do mesmo modo, é necessário que haja a compreensão de que uma consulta em uma UBSs é diferente de um atendimento em uma UPA. Comparar, quantitativamente, o número de pacientes atendidos como forma de medir a produção médica é irresponsável. Além do mais, muitas das consultas feitas em uma UBSs acabam sem registro no sistema por falhas do software utilizado pela Prefeitura de Cuiabá;

- Ao criminalizar e, inclusive, ameaçar os profissionais de saúde de demissão, o prefeito tenta imputar a estas pessoas a situação caótica do sistema como um todo e, como em outros episódios, tenta criar uma cortina de fumaça, vendendo a ilusão de que um problema tão complexo possui uma solução simples. O comportamento do prefeito, inclusive, contribui para o aumento no número de casos de violência contra médicos, verificado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Em média, um profissional é vítima de violência a cada três horas, considerando apenas os casos em que Boletins de Ocorrência foram lavrados. O CRM-MT alerta que responsabilizará o prefeito caso ocorram ameaças injúria, difamação, agressões e outros crimes praticados contra os médicos na rede pública de Saúde;

- Por fim, o CRM-MT seguirá atento e cobrando medidas que efetivamente solucionam a causa principal desta situação, a falta de estrutura, organização, recursos e investimentos.

 

 

> Click aqui e receba notícias em primeira mão.

 

 

Comente esta notícia