Por Danielle Barbato
Depois do lamentável ocorrido em 08/01/2023, eis que o (destemido) povo brasileiro resolveu voltar às ruas. Atendendo a uma convocação do ex-mandatário do Governo Executivo Federal, Jair Bolsonaro.
O ex-presidente convocou para o último dia 25/02/2024, na Avenida Paulista, para uma manifestação pacífica “em defesa do Estado Democrático de Direito”, manifestação essa que reunião pelo menos 750 mil pessoas, segundo os dados oficiais da Segurança Pública do Estado de São Paulo.
Acertou o ex-mandatário na escolha do local, pois São Paulo - sob a gestão do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com o apoio do Capitão Derrite (PL-SP) como secretário de segurança pública - garantiram a segurança do evento. Tanto é que não houve nenhum registro de incidente de baderna, confusão ou crime (num local que reuniu mais de meio milhão de pessoas, registre-se!).
Acertou também, em anunciar na convocação, nos exatos termos do que permite a legislação vigente, no sentido de que “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização” (artigo 5º, XVI, da Constituição Federal), inclusive, proibindo cartazes de qualquer natureza.
E assim foi realizado, tudo nos termos da lei.
E, apesar da tentativa de intimidação de opositores políticos e até influenciadores digitais - que chegaram a aventar que ocorreriam prisões e perseguições - o povo compareceu (em massa) demonstrando o tamanho de sua força. Não só compareceu, como deu o recado à Lula, PT e STF, nessa ordem.
Com efeito, a reunião de uma multidão impressionante, com repercussão internacional, só mostrou o que temiam os opositores do ex-presidente: que Jair Bolsonaro – declarado inelegível – não só não está morto politicamente, como deixou de ser uma pessoa para virar uma ideia. Uma ideia que defende os valores cristãos, familiares e nacionalistas.
Para a tristeza do Min. Barroso, ficou demonstrado que o movimento bolsonarista não foi vencido, tampouco, extinto. Pelo contrário.
Para a tristeza de Lula, ficou demonstrado seu considerável grau de rejeição popular e que o antipetismo permanece tão vivo quanto na época do impeachment de Dilma Rousseff.
Aos aliados políticos, foi uma sinalização para as eleições municipais deste ano - e também para as de 2026 -, do peso e tamanho do apoio político de Jair Bolsonaro, demonstrando o prejuízo na tentativa de rompimento com o bolsonarismo.
Aliás, se engana quem pensa quem, dentre os manifestantes, só haviam apoiadores do ex-presidente. Compareceram, além de bolsonaristas raiz, muita gente desconfiada do Judiciário e desiludida com o antipetismo. Some-se a essas indignações o repúdio às infâmias proferidas por Lula contra Israel. O povo fez bonito em mostrar apoio à nação judaica, contradizendo a fala isolada do atual Chefe do Executivo.
No discurso, Bolsonaro manteve o tom contido e moderado, atento a eventuais consequências. Alguns políticos do PL também fizeram uso da palavra, mas quem chamou a atenção pelo clamor, foi o pastor Silas Malafaia, que fez um resumo histórico dos acontecimentos, adotando um agressivo discurso contra a atuação do STF.
O pastor listou uma série de episódios envolvendo ataques ao Supremo e ao Congresso praticados por outros políticos ou grupos de esquerda, como o Movimento dos Sem-Terra (MST) e o questionamento do resultado das eleições de 2014, feito pelo deputado federal Aécio Neves (PSDB), para demonstrar a perseguição atualmente perpetrada contra Bolsonaro e seus aliados.
O ocorrido com o jornalista português Sérgio Tavares - que foi retido pela Polícia Federal quando chegou ao Brasil, tendo que responder a questionamentos de natureza política sem qualquer relação com o visto (que, por ser membro da União Europeia, era dispensável para ingressar ao Brasil) - foi um incidente à parte, pois ajudou a engrandecer o movimento, jogando luz para a comunidade internacional sobre a infeliz realidade que assola o Brasil.
Isso porque, o jornalista havia postado em suas redes sociais, que além da cobertura da manifestação em São Paulo, classificada por ele como “um gigantesco grito de revolta do povo brasileiro contra a ditadura em que o país mergulhou”, também faria a cobertura em Brasília, da audiência realizada no Senado “para denunciar ao mundo a atrocidade da vacinação obrigatória contra covid em bebês e crianças”. A polícia federal – mostrando a que lado serve - até tentou detê-lo, mas falhou.
A verdade é que Jair Bolsonaro apostou todas as fichas que tinha nessa manifestação: conseguiu fazer com que o establishment, no mínimo, refletisse sobre as investidas no processo de martirização do ex-presidente. Calculou o risco, apostou, confiou e não decepcionou.
*Danielle Barbato é advogada especializada em Direito Civil e Processo Civil, Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, Direito Imobiliário e Gestora Condominial.
Alan 05/03/2024
Gosto da folha pelo fato de que não ficam passando pano para governo... A Dra. Daniellen é certeira nas falas...
1 comentários