Por Thiago Pacheco*
Garanto que a maior parte da população não saiba, mas todos nós temos uma dívida de aproximadamente de R$ 33.434,00, isso mesmo....E ela aumentou só no último ano em 16%. O motivo que a dívida pública cresce rapidamente em decorrência dos gastos públicos, e ao invés de verificarmos esforços na contenção, observamos uma grande engenharia para aumento de arrecadação, para aí sim estabilizar a dívida, e não conter seu fato gerador.
Vamos buscar explicar tecnicamente, a dívida do Brasil cresce em decorrência da piora acelerada das contas governamentais, combinada com uma velocidade econômica tímida, assim, tal como em nossas contas domésticas, quanto o que recebemos não é suficiente para pagarmos todos os compromissos, recorremos a empréstimos, e com o Governo não é diferente. O valor devido, aproximadamente R$ 30 mil, não está em nome de cada brasileiro, porém, quando dividimos o saldo devido pelos 203 milhões de habitantes de nosso país, esse é o resultado. Contudo, a todos aqueles que estão em atividade e pagando os impostos, serão de certa forma os “devedores solidários” dessa dívida.
Em grandes números, conforme dados recém divulgados pelo Bacen, a dívida líquida brasileira em abril, registrou R$ 6,8 trilhões, o montante equivale a 61,24% da nossa economia. E já pesaram de comprometêssemos, esse percentual de nossos ganhos líquidos, aqueles já descontados INSS, FGTS, Plano de Saúde, IRPFe tantos mais que são descontados em folha??
A preocupação do mercado que a dívida, principalmente desde que o novo governo assumiu, vem crescendo muito acima da inflação e da própria economia, somente em um ano, houve um aumento de R$ 1 tri, sendo que desde o início da pandemia a dívida cresceu por volta de R$ 3 tri (incluindo os R$ 1 tri deste último ano).
Resumindo, enxergamos um tímido esforço para a contenção de gastos, de forma a haver uma equidade com a velocidade do próprio mercado, e numa busca incessante de arrecadação, a equipe econômica, que tem a frente Fernando Haddad, vem quanto mais buscando cortes em benefícios tributários, chamada de gastos tributários, como o próprio ministro gosta de chamar, porém tal esforço, além da forte resistência no mundo político (a contar o a frustrada investida no PIS/COFINS), até agora surtiu pouquíssimo efeito.
*Thiago Pacheco é especialista em finanças, mercado, controladoria, agronegócios e ESG, com mais de 20 anos de indústria financeira, com passagens em grandes bancos com presença internacional, além dos maiores players do agro. Professor e mentor para o mercado financeiro e de capitais, e ainda, fundador e CEO da ElevareInstitute.