Apesar do tom otimista do governo brasileiro, um relatório recente de um órgão ligado ao governo norte-americano criticou tarifas impostas pelo Brasil a diversos produtos importados, como etanol, filmes, bebidas alcoólicas, máquinas, equipamentos e carne suína. As críticas ocorrem no mesmo momento em que as novas tarifas prometidas por Trump devem ser detalhadas, com entrada em vigor prevista para esta quarta-feira (2), atingindo setores como aço e alumínio.
Senado aprova lei de reciprocidade
Diante do cenário, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou por unanimidade, nesta terça-feira, um projeto de lei que cria a chamada “lei de reciprocidade comercial”. A proposta autoriza o governo a retaliar medidas unilaterais de outros países que prejudiquem a competitividade das exportações brasileiras. O texto agora segue para a análise da Câmara dos Deputados.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, elogiou a aprovação do projeto e reforçou que o diálogo deve ser o caminho prioritário. “Você ter um arcabouço jurídico legal é positivo. Louvo a iniciativa do Congresso Nacional, nesse caso do Senado, que procura preservar o interesse do Brasil. Mas quero dizer que o caminho é o diálogo e procurar ter uma complementariedade econômica”, afirmou.
Assim como Haddad, Alckmin destacou que os EUA têm saldo comercial positivo com o Brasil e, por isso, o país deveria ficar de fora de qualquer tarifa extra.
“São US$ 25 bilhões de superávit para os Estados Unidos. Dos dez produtos que eles mais exportam para o Brasil, oito são de tarifa zero, não têm imposto de importação. E a tarifa média final de todos os produtos e serviços é de apenas 2,7%. Então, o Brasil não é problema para os EUA”, argumentou.