A promotoria de Mato Grosso revelou detalhes chocantes sobre o assassinato da jovem Emelly Beatriz Azevedo Sena, de 16 anos.
Segundo a denúncia do Ministério Público (MP), Nataly Helen Martins Pereira, 25, premeditou o crime e escolheu a vítima deliberadamente por ser uma jovem grávida, negra e em situação de vulnerabilidade.
De acordo com o promotor Rinaldo Ribeiro de Almeida Segundo, Nataly monitorava grupos de doações para bebês nas redes sociais em busca de uma vítima com esse perfil.
Quando encontrou Emelly, entrou em contato oferecendo supostas doações e marcou um encontro em sua residência.
A investigação revelou que a vítima foi atraída ao local, atacada por trás, amarrada e asfixiada com sacos plásticos.
Com Emelly ainda viva, Nataly usou uma faca e uma navalha para abrir sua barriga e retirar o bebê. O corpo foi enterrado em uma cova rasa.
Após roubar a recém-nascida, a assassina tentou registrá-la como filha no Hospital Santa Helena, em Cuiabá, usando documentos falsos.
No entanto, médicos notaram que ela não apresentava sinais de parto recente e acionaram a polícia.
O MP denunciou Nataly por oito crimes, incluindo feminicídio qualificado, tentativa de aborto sem consentimento, ocultação de cadáver e falsificação de documentos.
A promotoria pede que a acusada vá a júri popular e seja condenada a reparar os danos causados às vítimas.
Segundo o MP, o crime não foi fruto de um surto, mas sim um ato cruel e calculado, refletindo total desprezo pela vida da adolescente.
"Nada foi por acaso. Houve planejamento meticuloso para atrair a vítima e garantir que o crime fosse cometido da forma mais cruel possível", destacou o promotor.
A denúncia ressalta ainda que Nataly considerava Emelly descartável e que sua morte não causaria grande comoção social.
O caso chocou a comunidade e reacendeu debates sobre feminicídio, racismo e violência contra mulheres em situação de vulnerabilidade.