Durante uma reunião realizada na manhã desta segunda-feira (16), o desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), trouxe à tona a gravidade da situação da Saúde em Cuiabá.
Em declarações incisivas, ele classificou o cenário como “preocupante” e destacou que o processo de intervenção no setor ainda persiste.
Caso as medidas pactuadas no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) não sejam cumpridas, o magistrado não descartou a possibilidade de afastamento do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
A reunião, que contou com a presença de autoridades como o governador Mauro Mendes (União) e o prefeito eleito Abilio Brunini (PL), teve como foco o cumprimento das metas para melhorar o sistema de saúde na capital.
Durante o encontro, Perri relatou ter constatado problemas graves durante uma vistoria em um hospital público e afirmou que o Judiciário continuará atento à gestão da pasta.
“O processo de intervenção ainda existe e será retomado sempre que necessário. Não hesitaremos em intervir caso a saúde cuiabana volte a ser gravemente afetada”, afirmou o desembargador.
Perri também chamou atenção para a situação financeira da saúde municipal.
Segundo ele, o setor consome mais de 25% do orçamento de Cuiabá, mas ainda enfrenta um déficit mensal de R$ 20 milhões.
O magistrado reconheceu que a sobrecarga se deve, em parte, ao fato de Cuiabá atender pacientes de outras cidades.
“Embora a Saúde receba compensação por esses serviços, isso não é suficiente para cobrir a demanda. Esperamos que a inauguração de hospitais regionais pelo governo do Estado alivie essa pressão sobre a capital”, concluiu Perri.