O ex-deputado estadual e ex-conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), Humberto Bosaipo, foi condenado por improbidade administrativa devido ao desvio de R$ 2.308.731,25 da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). O esquema envolveu a emissão de 37 cheques destinados à empresa fictícia Galeano Bellotti AOAD – Vips Publicidade e Eventos.
A decisão foi proferida pela juíza Célia Regina Vidotti, da Vara Especializada em Ações Coletivas, no âmbito da operação Arca de Noé, baseada na delação premiada do ex-presidente da ALMT, José Riva. Também foi condenado o servidor Guilherme da Costa Garcia, que atuava no setor financeiro da Assembleia.
Bosaipo e Garcia foram sentenciados a ressarcir os cofres públicos em R$ 1.271.731, sendo que a responsabilidade de Garcia foi limitada a R$ 88.000. A juíza destacou que os réus autorizaram pagamentos ilegais à empresa inexistente, sem qualquer prestação de serviço.
Embora Riva tenha sido reconhecido como participante do esquema, ele não recebeu sanções devido aos acordos de colaboração premiada. Em seu depoimento, Riva revelou que o uso de empresas fantasmas para desvio de verbas era prática comum entre deputados estaduais entre 1995 e 2015, visando manter a governabilidade do Executivo por meio do pagamento de propinas mensais.