A defesa da tenente do Corpo de Bombeiros Izadora Ledur solicitou a sua absolvição no processo em que é acusada de tortura contra o ex-aluno Maurício Junior dos Santos, alegando que ele omitiu ser portador de hipertensão crónica.
A argumentação foi apresentada nas alegações finais, dias após o Ministério Público Estadual (MPE) pedir a desclassificação do crime de tortura para maus-tratos.
Segundo a defesa, a hospitalização de Maurício não foi consequência de excesso na conduta de Ledur, mas sim da incapacidade física do ex-aluno em suportar o esforço físico exigido, devido à sua condição de saúde.
Os advogados afirmam que Maurício omitiu no processo seletivo que sofria de hipertensão, o que teria causado o colapso físico durante o treinamento aquático, supervisionado por Ledur em 2016.
“O organismo de um hipertenso não suporta a mesma quantidade de esforço que o de uma pessoa saudável”, sustentam os advogados, enfatizando que a tenente não foi informada da condição do aluno, o que afastaria sua responsabilidade pelo ocorrido.
Este não é o primeiro processo contra a oficial. Em 2020, Ledur foi condenada a um ano de prisão por maus-tratos, após a morte do aluno Rodrigo Claro durante outro treinamento aquático sob sua supervisão em 2016. Maurício Santos foi uma das testemunhas neste caso.
A decisão final sobre o caso será tomada pelo Conselho de Justiça Militar.