O Ministério Público Estadual (MPE) revelou novos detalhes sobre o assassinato do advogado Roberto Zampieri, que ocorreu em 5 de dezembro de 2023.
As informações foram obtidas a partir da recuperação de mensagens de WhatsApp no celular de Hedilerson Fialho Martins Barbosa e do coronel da reserva do Exército, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, apontados como intermediador e financiador do crime, respectivamente.
De acordo com o MPE, os réus usavam codinomes para se referirem a elementos do crime em suas conversas.
O pedreiro Antônio Gomes da Silva, executor confesso do assassinato, era referido como “empreiteiro”, enquanto Etevaldo era chamado de “engenheiro” por Hedilerson e Antônio.
Essa estratégia de comunicação, segundo o MPE, indica uma tentativa de ocultar a verdadeira natureza de suas interações.
Em um documento enviado ao judiciário, o MPE destacou uma conversa datada de 17 de dezembro de 2023, onde Etevaldo questiona Hedilerson sobre um contato com Antônio, o 'empreiteiro'. Hedilerson, por sua vez, enviava áudios de Antônio, que tentava agendar uma reunião com Etevaldo.
Essas trocas de mensagens corroboram a versão de Antônio, que declarou à Polícia Civil que Hedilerson era responsável por repassar as instruções de Etevaldo, mantendo-o informado sobre o andamento do crime.
Contudo, em depoimento judicial, Antônio negou a participação de Hedilerson e Etevaldo no planejamento do assassinato.
O MPE considera essa negativa como um "teatro armado" para desviar a atenção das investigações. Em uma conversa com um indivíduo identificado como "Gilberto", Hedilerson supostamente confirma que foi ele quem indicou Antônio para o "serviço".
Além disso, afirmou que Etevaldo foi contratado por um terceiro para eliminar Zampieri, sendo este suposto mandante o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo, que atualmente responde a um inquérito separado e se encontra em liberdade provisória, sob medidas cautelares.
As mensagens também revelam que, após a morte de Zampieri, os acusados tentaram agendar uma reunião para quitação de um pagamento de R$ 20.000,00 a Antônio.
O MPE também recuperou um áudio no celular de Etevaldo, onde ele menciona estar organizando uma viagem a Cuiabá para recuperar materiais que teriam sido deixados porw Antônio em um evento, fazendo referência ao crime.
As provas coletadas pelo MPE têm sido fundamentais para embasar o pedido de júri popular contra os envolvidos no assassinato de Roberto Zampieri.
As investigações continuam em andamento, à medida que novos detalhes deste caso.