Um esquema de corrupção no sistema prisional de Mato Grosso está permitindo a entrada de celulares na Penitenciária Central do Estado (PCE), com os preços dos aparelhos variando entre R$ 5 mil e R$ 20 mil, de acordo com o desembargador Orlando de Almeida Perri.
O magistrado, que é supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo (GMF-MT), destacou que o tráfico de celulares dentro dos presídios é facilitado pela corrupção interna.
Durante uma entrevista, Perri destacou que o problema vai além das visitas de familiares e amigos, afirmando que a corrupção entre funcionários do sistema prisional também tem papel crucial na entrada dos aparelhos.
"Sabemos, lamentavelmente, que há corrupção no sistema. As informações indicam que um celular pode custar até R$ 20 mil dentro da penitenciária", declarou.
Recentemente, operações policiais resultaram na apreensão de mais de 100 celulares na PCE, como parte da Operação Raio Limpo.
O desembargador defendeu medidas mais rígidas de controle, como o uso de scanners em todos que acessam as unidades prisionais, incluindo juízes e governadores, para combater essa prática.
Perri ainda frisou que a presença de celulares nos presídios é um problema de escala nacional e que Mato Grosso vem tomando iniciativas para conter a situação, embora ainda sejam necessários mais recursos e fiscalização mais severa.