Em uma rara sequência de execuções, cinco prisioneiros condenados à morte em diferentes estados dos EUA têm suas execuções programadas para acontecer na mesma semana, algo que não se via há mais de 20 anos. Esse acontecimento ocorre em meio a uma queda significativa no uso da pena capital no país, o que torna a situação ainda mais excepcional. Se todas as execuções forem realizadas conforme planejado, este será um marco preocupante, destacando as complexidades do sistema de justiça americano e as divergências em torno da pena de morte.
A primeira execução já ocorreu na última sexta-feira, 20, quando o estado da Carolina do Sul executou Freddie Owens, condenado por matar um balconista durante um assalto em 1997. Esta execução foi a primeira no estado em 13 anos, após um longo período em que o governo local enfrentou dificuldades para adquirir os medicamentos necessários para realizar a injeção letal.
O Texas planeja executar Travis Mullis, condenado à morte por matar seu filho de apenas três meses em 2008. Em um movimento raro, os advogados de Mullis optaram por não recorrer da sentença, permitindo que a execução siga sem grandes obstáculos legais. No mesmo dia, Marcellus Williams, condenado por assassinar uma mulher em 1998, também será executado no estado do Missouri.
Esse agrupamento de execuções destaca uma polarização em torno do debate sobre a pena de morte nos EUA. Embora o uso da pena capital tenha caído substancialmente nos últimos anos, casos como esses mostram que, em alguns estados, a prática ainda é vigorosamente defendida e implementada. A semana em questão reacenderá as discussões sobre as práticas do sistema penal, suas falhas e a questão dos direitos humanos, especialmente em um momento em que muitos países ao redor do mundo vêm abolindo ou limitando a aplicação dessa sentença.