Em meio à escalada de tensões com universidades norte-americanas, o ex-presidente Donald Trump e membros de sua administração intensificaram os ataques contra instituições de ensino que promovem políticas inclusivas ou permitem protestos em seus campi. Nesta semana, o secretário de Estado, Marco Rubio, defendeu as medidas para revogação de vistos de estudantes estrangeiros, associando protestos estudantis a vandalismo e desordem.
“Ninguém tem direito a visto de estudante”, afirmou Rubio, comparando a concessão do visto a um convite pessoal. “Se você entra na minha casa e faz bagunça, eu vou te expulsar”, completou, ao criticar manifestações em universidades.
Trump, por sua vez, afirmou em publicação na rede Truth Social, no dia 4 de março, que pretende cortar todo o financiamento federal de escolas e universidades que permitirem o que chamou de “protestos ilegais” — sem, no entanto, definir o que configura ilegalidade. Segundo ele, estrangeiros envolvidos em protestos seriam deportados, e americanos, presos ou expulsos das instituições.
As declarações ocorrem meses após universidades dos EUA serem palco de protestos contra a guerra em Gaza, ações anti-imigração e medidas que excluem pessoas trans.
Uma das ações mais polêmicas da atual administração é o congelamento de mais de US$ 175 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) em recursos federais destinados à Universidade da Pensilvânia. A medida estaria relacionada à participação de uma atleta trans no time feminino de natação da instituição.
O Departamento de Educação também abriu uma investigação com base em uma ordem executiva que proíbe atletas trans de competirem em categorias femininas. Em justificativa oficial, a Casa Branca afirmou que a universidade estaria “forçando mulheres a competir com homens nos esportes”.