Apesar dos esforços da esquerda em Mato Grosso para viabilizar uma candidatura competitiva ao governo do Estado em 2026, a realidade política local ainda é amplamente dominada pelo conservadorismo e por lideranças alinhadas à direita. A movimentação recente do deputado estadual Lúdio Cabral (PT), que voltou a admitir que deve buscar a reeleição à Assembleia Legislativa, reforça a percepção de que o projeto da esquerda para o governo estadual tem como principal objetivo assegurar um palanque para o senador Carlos Fávaro (PSD), que tentará a reeleição com apoio do governo Lula.
Para a sucessão do governador Mauro Mendes (União Brasil), Lúdio defende o nome do ex-prefeito de Rondonópolis, Zé Carlos do Pátio (PSB), como possível candidato da esquerda. No entanto, a viabilidade dessa candidatura ainda é incerta, já que Pátio possui um perfil político independente e historicamente busca alianças pragmáticas.
Enquanto a esquerda se organiza para tentar viabilizar um nome competitivo ao Palácio Paiaguás, o cenário político aponta para uma forte presença da direita em Mato Grosso, com figuras expressivas que devem protagonizar a disputa. Entre os nomes já citados para o governo estão o atual vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), nome de peso e com influência no setor produtivo, e o empresário do agronegócio Odilio Balbinotti, que ainda não se filiou oficialmente ao PL, mas é cortejado pela sigla e tem sido um dos principais financiadores das campanhas bolsonaristas no Estado.
Além disso, a direita mato-grossense conta com o respaldo de uma base eleitoral consolidada e fortemente alinhada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que obteve expressiva votação no Estado nas eleições de 2018 e 2022. A possível candidatura de Balbinotti pelo PL, ao governo fortaleceria ainda mais o partido e consolidaria um palanque robusto para Bolsonaro, que segue como principal liderança da direita no Brasil.