O vereador Paulo Henrique (MDB), de Cuiabá, tornou-se réu em uma ação que investiga sua participação em esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro.
De acordo com denúncia do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), o parlamentar teria recebido valores de apoiadores para garantir vagas no Conselho Tutelar da capital mato-grossense.
Interceptações telefônicas apontam que Paulo Henrique solicitou contribuições financeiras de pessoas próximas, incluindo Ronnei Antônio da Silva, conhecido por administrar o Quiosque do Xomano, que teria doado R$ 300.
Outros aliados, como Willian Gordão e Rodrigo Leal, contribuíram com R$ 500 e R$ 1.000, respectivamente, totalizando R$ 1.800.
Os valores teriam sido destinados a candidatos ao Conselho Tutelar apoiados pelo vereador.
As investigações contra Paulo Henrique fazem parte das operações "Ragnatela" e "Pubblicare", deflagradas pela Polícia Federal em junho e setembro deste ano.
Conforme apontado pela denúncia, ele usava sua influência política para facilitar a obtenção de licenças para festas promovidas pelo Comando Vermelho, organização criminosa da qual seria uma liderança regional.
Essas festas serviriam como fachada para lavar dinheiro oriundo do tráfico de drogas.
A denúncia também destaca que o vereador se beneficiava de propinas pagas por promotores de eventos ligados à facção criminosa.
Com base nessas acusações, o juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, aceitou a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), tornando Paulo Henrique réu pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
O promotor Adriano Roberto Alves, coordenador do Gaeco, afirmou que Paulo Henrique desempenhava um papel estratégico no esquema, sendo considerado uma das lideranças do Comando Vermelho na região.
Durante as operações policiais, ele foi alvo de busca e apreensão e chegou a ser preso preventivamente, mas foi liberado após cinco dias mediante habeas corpus. Atualmente, o vereador está afastado do cargo e usa tornozeleira eletrônica.
Além de Paulo Henrique, outras quatro pessoas foram denunciadas no caso, incluindo empresários e colaboradores envolvidos no esquema de corrupção e lavagem de dinheiro.
O processo segue em tramitação na Justiça, com desdobramentos esperados nos próximos meses.