Rafael Galvan, agricultor de 45 anos e filho de Antônio Galvan (ex-presidente da Aprosoja), permanece preso no CDP de Piracicaba (SP) após ser detido no dia 31 de março, em Limeira. O motivo? Uma série de graves acusações envolvendo perseguição, ameaças e desrespeito às medidas protetivas impostas pela Justiça.
O histórico é preocupante: segundo o processo que corre na 1ª Vara de Violência Doméstica de Rondonópolis, Rafael teria alugado uma casa próxima à da ex-esposa apenas para vigiá-la, inclusive instalando câmeras voltadas para a residência dela. Também é acusado de persegui-la em diferentes locais com carros distintos, mandar mensagens insistentes e até circular armado — mesmo após ter o porte de arma suspenso por envolvimento anterior com violência.
Em um episódio especialmente grave, em fevereiro, a casa de um amigo da vítima foi alvo de disparos — um deles matou o cachorro da residência. A suspeita é que Rafael tenha sido o autor.
Nas mensagens enviadas à ex, ameaças explícitas: disse que, se a visse com outro homem, atiraria nela. Também enviou uma foto com uma arma apontada para a própria cabeça, sugerindo suicídio. Apesar de ter condições financeiras, segundo a denúncia, ele não contribui com o sustento do filho de seis anos que teve com a vítima.
Rafael tentou se eleger vereador em 2024, pelo Partido Novo, mas não foi eleito. Agora, tenta liberdade na Justiça — sem sucesso.
A defesa alega que os atos não configuram crime e que a prisão é desnecessária. Já o desembargador Rui Ramos, relator no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, foi categórico: há provas suficientes, há descumprimento reiterado da lei e há perigo real à vítima. Segundo Ramos, o acusado já havia ignorado duas medidas protetivas anteriores.
A Justiça, por ora, mantém a prisão. E deixa claro que ameaça contra mulher não é mais tolerada — nem mesmo quando parte de alguém com sobrenome influente.