Um dos expoentes da música mato-grossense, a cantora cuiabana Estela Ceregatti anuncia o lançamento de seu novo álbum “Do Rio para o Mar”, para janeiro de 2025. O projeto, contemplado pelo edital - Funarte Retomada, representa a região Centro-Oeste e celebra um percurso artístico atravessado pelas águas e pela ancestralidade.
“Esse álbum simboliza o elemento água, trazendo temáticas que percorrem sentimentos, lugares e histórias de encontros ao longo da minha trajetória,” revela Estela. Com cinco álbuns autorais já lançados – três solos e dois em parceria com o grupo Monofoliar – “Do Rio para o Mar” é o terceiro de uma série que dialoga com os elementos da natureza.
A jornada começou com o álbum “Ar” (2017), relacionado ao elemento que rege o signo de Libra, seguido por “Terra Força Mulher” (2022), uma ode ao elemento terra. Agora, Estela mergulha nas águas que banham e conectam territórios, culturas e pessoas.
Gravado em outubro de 2024 no Estúdio Fábrica do Som, em Várzea Grande, o álbum é fruto de um trabalho colaborativo. Produzido por André Magalhães, em parceria com Jhon Stuart, conta com arranjos instrumentais de Jhon Stuart, arranjos vocais e direção artística musical assinados pela própria artista, o projeto conta ainda com parcerias que representam a confluência das águas na vida de Estela.
A música que dá título ao álbum, “Do Rio para o Mar”, nasceu de uma experiência íntima e inesquecível: o primeiro encontro de sua filha, Jhoana, com o mar, em Salvador (BA).
“Ela sempre sonhou em ver o mar. Esse momento nos emocionou tanto que, ainda no hotel, compusemos juntas a canção. Foi nossa primeira parceria,” conta a cantora.
Outras faixas também exploram conexões geográficas e afetivas. Há canções criadas em Belém (PA), como a parceria com Christopher Chaves, inspirada pela Baía do Guajará, e em La Paz, Bolívia, onde representou Mato Grosso em uma turnê oficial. Em Cuiabá, surgiram colaborações com a poeta Dani Paula e com sua companheira, Nathally Sena, historiadora, atriz e cantora que trouxe contribuições sensíveis ao álbum.
Mais que um elemento natural, a água é, para Estela, metáfora de fluidez e conexão. “Ela representa o amor, a ancestralidade e a força que atravessa tabus. Neste momento da minha vida, celebro um amor livre, vivido intensamente em todas as suas formas”, reflete a artista.
O álbum também reverencia as entidades das águas, como Yemanjá e Oxum, cujas bênçãos, segundo Estela, abriram os caminhos para a conquista do edital da Funarte.
Turnê Canteiro em 2024
Neste ano, Estela realizou a turnê “Canteiro” em março, em um show em Chapada dos Guimarães. Depois, ela embarcou para São Paulo, onde se apresentou no Itaú Cultural, levando para os paulistanos instrumentos mato-grossenses como o mocho (percussão) e a viola de cocho, entrelaçados com um toque contemporâneo e experimental ampliado por instrumentos, como piano, acordeom, violino e guitarra.
A artista cuiabana também se apresentou no Festival Tranquilo, em Belo Horizonte (MG); e no Festival da América Latina Hacktown, na cidade de Santa Rita de Sapucaí (MG). Também marcou presença em Belém (PA), no projeto Sesc Ver o Peso e no Festival Formemus, em Vitória (ES). O encerramento da série de shows foi no dia 30 de agosto, no Teatro Zulmira Canavarros, em Cuiabá.
O projeto da turnê foi aprovado por edital da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel/MT), com recursos da Lei Aldir Blanc, e contou com apoio da Assembleia Legislativa.
Sobre Estela Ceregatti
Natural de Cuiabá, Estela Ceregatti é cantora, compositora, instrumentista, produtora musical e professora de canto. Formada em música pela UFMT e especialista em Antropomúsica e Cantoterapia, a artista também é mestranda em Antropologia Social pela UFMT.
Reconhecida nacionalmente, já venceu prêmios como o Grão de Música (SP), o Music Pro Awards (DF) e o Funarte Retomada. Com uma carreira marcada por apresentações em festivais e concertos, Estela representa Mato Grosso com canções que entrelaçam poesia, cultura e natureza.
Além de se dedicar à sua carreira solo e representar Mato Grosso em diversos festivais nacionais e internacionais, a artista tem participação efetiva em concertos com orquestras e outros grupos locais, seja como “cantautora”, como ela mesmo se define, ou intérprete.
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