Por Thiago Pacheco*
Com avanço de 2,9% no PIB do ano passado, registrando recordes no agronegócios, 2024 não terá o mesmo ritmo, mesmo após a redução da taxa Selic nessa semana, especialistas comentam que o movimento de juros não será suficiente para uma retomada consistente da economia para este ano.
Além da restrições ao crédito, devido os autos endividamentos das famílias e das empresas, o agro não terá a mesma performance do ano passado, haja visto o preço de commodities importantes como a soja. Com vistas a alguns estudos, mesmo que ainda tímido, teremos sim algum crescimento da economia, ancorado na retomada de investimentos indústrias pontualmente em alguns setores.
A expectativa de crescimento gira em torno de 1,5% a 2%, indústria da construção civil e de transformação devem tomar uma posição de protagonismo, deixando um pouco a dependência do agro, que tende a ser um fator positivo, sob a ótica de diversificação.
Ressalto que parte de retomada dos investimentos industriais estão ligados as quedas de juros, dando um tom de viabilidade para alguns projetos que vinham “engavetados”, porém não são sensíveis em um curto espaço de tempo, e como mencionamos acima, as condições financeiras das famílias ainda encontram com sinais de alerta, mesmo com o programa Desenrola, não mudam os patamares de riscos observados pelas instituições financeiras.
Não queremos aqui dar uma “receita de bolo”, mas é de extrema necessidade um normalização na Política Monetária e na oferta de crédito, além da consolidação da agenda fiscal. Contudo, um fator que vem restringindo a chegada no investimentos externos está na sensação de insegurança política e jurídica do país.
*Thiago Pacheco é especialista em finanças, mercado, controladoria, agronegócios e ESG, com mais de 20 anos de indústria financeira, com passagens em grandes bancos com presença internacional, além dos maiores players do agro. Professor e mentor para o mercado financeiro e de capitais, fundador e CEO da Elevare Institute.