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THIAGO PACHECO Sexta-feira, 29 de Dezembro de 2023, 09:08 - A | A

Sexta-feira, 29 de Dezembro de 2023, 09h:08 - A | A

POR THIAGO PACHECO

RETROSPECTIVA ECONOMICA 2023

Por Thiago Pacheco,


Encerramos o ano com uma retrospectiva dos principais temas econômicos do ano.

JANEIRO – País começa o ano com a Taxa de juros básica nas alturas, 13,75% e governo toma medidas para redução dos preços dos combustíveis, prevendoimpactar positivamente, reduzindo o IPCA.

O presidente Lula o Governo, com o desafio de baixar a taxa Selic para melhorar a economia do país. Já no primeiro mês do ano a equipe econômica toma medidas para redução dos combustíveis, a fim de gerar um impacto positivo, reduzindo o IPCA, que mede a inflação, pressionado o presidente do BACEN a rever a taxa básica de juros.

FEVEREIRO – Governo decide pela reoneração dos combustíveis gerando impacto de R$ 0,45 nas bombas.

Governo decide reonerar o preço dos combustíveis, gasolina e etanol, que havia sido desonerado pelo Governo anterior no segundo semestre de 2022. Tal medida aumentou a arrecadação em aproximadamente R$ 30 bi em 12 meses. O mercado financeiro vê com bons olhos, haja visto que tal medida além de beneficiar apenas parte da população, tenderia a melhorar a situação fiscal do país. Fato totalmente contra ao posicionamento do início do mandado (menos de 30 dias),

MARÇO – Governo anuncia novo arcabouço fiscal, impacto; alta da bolsa e queda do dólar chegando ao menor patamar dos dois últimos meses, fechando o mês em (- 2,22%).

No final do mês o Governo anuncia o novo arcabouço fiscal, que prevê o limite do crescimento das despesas e estabilização da dívida pública em 2026. A notícia gera impacto positivo no mercado, fazendo subir a bolsa e cai o dólar.

ABRIL - Segundo Agência Brasil, atividade econômica tem alta de 0,56%.

A economia brasileira apresentou crescimento acumulado no período, em que pese, reflexo da queda do IPCA, que desacelerou em abril e fecha com alta de 0,61%, menorfrente a março, que fechou com alta de 0,71%. Destaque para o grupo “transportes” que teve alta de 0,56%, contra 2,11% de março. Os preços dos combustíveis caíram 0,44% após alta de 7% em março.

MAIO - Petrobras anunciou uma nova política de preços dando fim a política de paridade de importação (PPI).

Petrobras comunica o fim da paridade de preços frente ao mercado internacional, prevendo a redução do diesel, gasolina e GLP (gás de cozinha). Uma preocupação que existia na época, e existe até hoje, é o fato de não haver clareza na metodologia, haja visto que, a não paridade de preços frente a importação, tendo eles (os preços)arbitrados internamente, foi o principal motivo do prejuízo histórico da petrolífera.

JUNHO - Em conjunto com o coro, Lula e Alckimin, eentidades setoriais atacam a manutenção da Selic.

Após reunião do Copom, ocorrida no dia 21 do mês, manteve pela sétima vez consecutiva a taxa Selic em 13,75%, na ocasião o Presidente Lula e o Vice-Presidente e Ministro do Desenvolvimento, Industria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckimin, além diversas entidades setoriais efetuaram duras críticas a permanecia do indicador.

Não cedendo à pressão, nem mesmo com a indicação de votação favorável ao novo arcabouço fiscal, BC manteve a taxa, se perdurando até agosto, se estimando sua reduzidapaulatinamente.

JULHO - Semana de agenda vazia: Investidores sem grandes perspectivas de ganhos.

Investidores buscaram movimentações em suas carteiras de forma a calibrar seus papéis, visando alguns ganhos, ocasionando um esvaziamento das agendas de indicadores, a proximidade do recesso parlamentar do mês de julho, também ajudou para o mercado frio, afinal, o tom da reforma fiscal, esperava dar a direção dos ventos das ações, uma vez que, setores como aluguéis e serviços, onde este, representa 70% do nosso PIB, seriam fortemente impactados.

AGOSTO – Taxação dos fundos super-ricos.

MP publicada pelo Governo no dia 28, visava a compensação da tabela de imposto de renda, alterando as regras para a taxação dos fundos super-ricos, que irá contribuir, mas não resolver, o déficit fiscal do ano que vem, a medida provisória estabeleceu ainda o reajuste de salário-mínimo.

SETEMBRO – COPOM efetua corte na Selic, afirmando a tendência de diminuição da taxa básica.

Após o nível mais alto de Selic (13,75%), desde 2016, COPOM efetua corte de 0,5 ponto percentual, surpreendendo especialistas de mercado e economistas das principais instituições, e afirma o início de uma tendencia de queda da taxa básica, e dividindo a responsabilidade com o Governo quanto as políticas e medidas, para que seja possível a jornada de redução.

OUTUBRO – Proposta de dolarização da economia Argentina.

De olho na eleição presidencial argentina, o candidato Javier Milei indica a dolarização como a solução para o descontrole inflacionário que projeta os 200% ao fim deste ano. Porém os resultados alcançados em países que apostaram nessa solução, geraram mais pontos de atenção que benefícios perenes e de longo prazo.

NOVEMBRO Rombo de R$ 170 bi nas contas públicas, já indica que Governo não entregará a meta fiscal em 2024.

Recebendo o Brasil com superávit primário de R$ 54,1 bi (fechamento de 2022), se publicou no mês um resultado fiscal com rombo de mais de R$ 170 bi. Com isso o Governo já sinalizava a dificuldade de se cumprir a Meta Fiscal em 2024. Com o ponto maior de preocupação, as projeções de aumento de arrecadação dificilmente chegarão em R$ 85 bi, muito aquém dos R$ 168,5 bi, que o governo necessitaria para zerar seu resultado primários. Onde, em não ocorrendo o cumprimento da meta, não haverá concessões de aumento real de despesas obrigatórias, atendo ainda, a suspensão de criação de novos cargos públicos, além da suspensão da concessão de benefícios acima da inflação, e naturalmente, comprometendo investimentos em importantes setores, como saúde e educação.

DEZEMBRO - País encerra o ano com Selic a 11,75%.

Embora o presidente do BACEN tenha sinalizado que irá percorrer atrás de juros baixos em 2024, ainda segue a quebra de braço entre os Presidentes (República e BACEN). Governo estuda medida para interferir no mandato do presidente do Bacen.

 

Amigo leitor, agradeço por mais um ano nos acompanhando junto a esta coluna, nos dando os feedbacks para a cada edição conseguirmos melhorar a informação, procurando ser isento de posicionamentos, mas acima de tudo, buscando democratizar e simplificar assuntos que possam parecer tão distante do dia a dia de muitos. Um feliz 2024 a todos, repletos de muitas conquistas e realizações. Nos encontramos no ano que vem.

Um Forte abraço  !!

Texto elaborado em conjunto com Carlos Guilherme, especialista em finanças pela FGV e mestre em administração pela PUC-Rio, Co-fouder e mentor Elevare, com mais de 15 anos de experiência no mercado financeiro.

*Thiago Pacheco é especialista em finanças, mercado, controladoria, agronegócios e ESG, com mais de 20 anos de indústria financeira, com passagens em grandes bancos com presença internacional, além dos maiores players do agro. Professor e mentor para o mercado financeiro e de capitais, e ainda, fundador e CEO da Elevare Institute. 

 


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