A juíza Janaína Cristina de Almeida, da Vara Criminal de Diamantino, decidiu que José Edson Douglas Galdino Santos será julgado pelo Tribunal do Júri por feminicídio.
Ele é acusado de matar Lorrane Cristina Silva de Lima, em março deste ano, na presença dos filhos da vítima. Segundo a magistrada, as provas nos autos são suficientes para levar o réu a julgamento.
O crime, que ocorreu no contexto de violência doméstica, foi classificado como homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e pela presença de descendentes, agravantes típicos do feminicídio.
Durante o processo, a defesa de José Edson atrasou repetidamente as alegações finais, forçando a intervenção da Defensoria Pública para dar continuidade ao caso.
Após muitas intimações e pedidos, a juíza confirmou as qualificadoras do crime, rejeitando os pedidos de afastamento dessas circunstâncias e de absolvição do réu.
Crime brutal
A descoberta do assassinato aconteceu após dois dias de ausência das crianças nas aulas. Uma diretora da escola foi até a residência e ouviu uma das crianças dizendo que a mãe "estava dormindo".
Ao perceberem algo errado, os policiais pularam o muro e encontraram o corpo de Lorrane em um quarto, com uma faca ao lado. As crianças, trancadas e em estado de pânico, foram resgatadas e encaminhadas ao Conselho Tutelar.
José Edson foi preso no Pará, onde confessou ter matado Lorrane para desbloquear o celular dela com sua digital. Ele já possuía histórico de violência, incluindo uma denúncia de perseguição feita por outra ex-companheira em 2022.
O caso, marcado por detalhes perturbadores e pela crueldade do crime, será agora julgado pelo Tribunal do Júri de Diamantino, com repercussões significativas no combate à violência contra as mulheres em Mato Grosso.