O juiz Paulo Afonso de Oliveira, investigado na Operação Ultima Ratio por envolvimento na venda de sentenças com o apoio do Superior Tribunal de Justiça (STJ), é acusado pela Polícia Federal de realizar transações milionárias e suspeitas, incluindo a compra de um apartamento de luxo, um avião e uma fazenda avaliada em até R$ 30 milhões.
O magistrado, que também é suspeito de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, tem sido monitorado após investigações que revelaram movimentações financeiras irregulares.
De acordo com a PF, Paulo Afonso adquiriu um apartamento no Edifício Grand Tower, em Campo Grande, por R$ 580 mil, valor significativamente abaixo do mercado, e posteriormente o avaliou em R$ 2,2 milhões.
Além disso, ele comprou 50% de um avião Cessna 182 por R$ 100 mil, apesar de o valor de mercado da aeronave ser estimado entre R$ 750 mil e R$ 1,3 milhão.
A investigação também revela a compra da Fazenda Recanto da Serra, em Miranda, por um preço de R$ 700 mil, enquanto o valor real da propriedade seria de no mínimo R$ 30 milhões, com a estimativa de alcançar R$ 70 milhões.
O juiz declarou rendimentos muito abaixo de sua movimentação financeira, e a PF levantou a suspeita de que ele tenha ocultado a origem de seus recursos ilícitos.
As transações em dinheiro vivo, que incluíam saques de valores altos e depósitos para funcionários, também geraram suspeitas de que o magistrado estivesse utilizando práticas ilegais para ocultar o verdadeiro valor de seus bens.
O relatório da Polícia Federal ainda indica que o juiz teria recebido pagamentos de empresas investigadas por corrupção.
A Operação Ultima Ratio, que desvendou esse esquema de corrupção no Judiciário de Mato Grosso do Sul, afastou vários desembargadores do Tribunal de Justiça, e a investigação sobre Paulo Afonso continua em andamento, com mandados de busca e apreensão em sua residência e propriedades.
A PF segue aprofundando a investigação, buscando esclarecer a origem e legalidade das transações realizadas pelo magistrado.