O advogado Celso Vilardi, responsável pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta terça-feira (25) que não há qualquer evidência que o relacione a uma suposta tentativa de golpe de Estado. Durante sustentação oral na 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), Vilardi declarou que a delação de Mauro Cid “não vale nada” e ressaltou que “nem o delator fez qualquer relação de Bolsonaro com os atos de 8 de Janeiro”.
Segundo Vilardi, Bolsonaro é o "mais investigado da história" e, ainda assim, "nada foi encontrado contra ele". O advogado também argumentou que o ex-presidente colaborou com a transição para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), rebatendo acusações de tentativa de ruptura institucional.
A defesa criticou a falta de acesso a todas as provas coletadas, alegando que apenas trechos do material foram divulgados. Vilardi afirmou que, dos celulares apreendidos, a defesa só teve acesso integral a sete dispositivos, enquanto dezenas de aparelhos e centenas de outros dispositivos eletrônicos foram analisados.
Na argumentação, o advogado defendeu que o caso seja analisado pelo plenário do STF, composto por 11 ministros, e não pela 1ª Turma, que conta com apenas cinco magistrados. Ele também solicitou a redistribuição do processo para um novo relator, alegando que o ministro Alexandre de Moraes estaria conduzindo as investigações de forma incompatível com sua função.
Por fim, Vilardi afirmou que a acusação apresenta um “recorte seletivo” das provas coletadas pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República (PGR), defendendo que a defesa também tenha acesso integral ao material para apresentar sua versão dos fatos.