A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por suposta  tentativa de golpe de Estado e pelas invasões do de 8 de janeiro de 2023, gerou debates na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) nesta quarta-feira (19). Enquanto o deputado estadual Gilberto Cattani (PL) classificou o caso como "perseguição", Lúdio Cabral (PT) afirmou que as acusações são "gravíssimas".

Bolsonarista declarado, Cattani ironizou a denúncia ao compará-la a um episódio em que Bolsonaro teria sido investigado por importunação a uma baleia durante um passeio de jet ski. Segundo ele, a acusação da PGR não passa de uma “perseguição barata e vergonhosa” contra o ex-presidente.

“Existe uma grande perseguição em cima do [ex] presidente Bolsonaro, principalmente do ministro Alexandre de Moraes. O que vai acontecer, ninguém sabe”, afirmou. Cattani também disse acreditar que a denúncia não afetará as eleições de 2026 e que Bolsonaro segue como principal líder da direita no Brasil.

Já Lúdio Cabral destacou a gravidade da acusação, ressaltando que a PGR apresentou farta documentação sobre o suposto plano de Bolsonaro e outras 33 pessoas para abolir o Estado democrático de direito no Brasil. O parlamentar mencionou o envolvimento de militares de alta patente, da Polícia Rodoviária Federal e do Ministério da Justiça no esquema, além da mobilização de apoiadores para os atos de vandalismo em Brasília.

"Estamos falando de um esforço para assassinar o presidente e o vice-presidente eleitos, além de um ministro do Supremo Tribunal Federal. A tentativa de golpe foi algo sério e precisa ser julgada para consolidar nossas instituições democráticas", declarou Lúdio.

O petista ainda afirmou que o julgamento de Bolsonaro pode servir de alerta para evitar que outros "aventureiros desorientados" tentem desrespeitar a democracia no futuro.

A denúncia da PGR contra Bolsonaro inclui os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado contra patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado e participação em organização criminosa. O caso agora será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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