O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou nesta sexta-feira (21) que o Brasil "não vive mais uma democracia". A declaração foi feita durante um evento do Partido Liberal (PL) em Brasília, onde o parlamentar discursou emocionado e chorou ao falar sobre a situação enfrentada por sua família.
Carlos classificou como "desumano" o momento vivido pelo ex-presidente Bolsonaro, que foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sob a acusação de tramar um golpe de Estado.
"Não desejo isso para ninguém", diz Carlos ao falar sobre denúncias contra Bolsonaro
Visivelmente emocionado, o vereador relembrou sua trajetória política e o impacto da crise familiar. Ele mencionou que sua entrada na política foi inspirada pelo pai e lamentou a atual conjuntura.
"Desculpa estar emocionado do jeito que eu estou. O momento que a gente vive é delicado, é covarde. Eu não desejo isso para ninguém na vida, nem para uma pessoa que tenha posição política diferente da gente. O que está acontecendo com meu pai, com a família, é desumano. Mas bola para frente", desabafou, sendo aplaudido pelo público presente.
Críticas ao STF e menção a Alexandre de Moraes
Durante seu discurso, Carlos Bolsonaro criticou diretamente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que conduz os inquéritos envolvendo o ex-presidente e seus aliados.
"Eu tenho certeza que até hoje estou aqui conversando com vocês, e não estou preso pela Polícia Federal do Alexandre de Moraes, porque eu abro mão de conversar com pessoas, que não teria problema nenhum de eu conversar", afirmou, arrancando mais aplausos da plateia.
O vereador também destacou sua insatisfação com o contexto político do país.
"Vivemos um momento delicado nesse país. Acredito que a gente não vive mais numa democracia. Temos que nos adaptar aos tempos para ficar vivos, mas sem jamais nos calar", declarou.
Evento do PL reuniu líderes e big techs
O seminário promovido pelo Partido Liberal, focado em estratégias de comunicação, contou com a presença de figuras importantes da sigla, como o presidente Valdemar Costa Neto e diversos parlamentares.
A programação incluiu oficinas com grandes empresas de tecnologia, como Meta, TikTok, X (antigo Twitter), Google e Kwai. Frases exibidas em telões reforçavam a parceria do partido com as plataformas digitais, como "as maiores big techs do mundo com o maior partido do Brasil" e "o Partido Liberal e big techs unidos pela liberdade de expressão".
Michelle Bolsonaro também falou em "perseguição"
Mais cedo, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também se manifestou durante o evento e classificou as ações contra o ex-presidente como uma "perseguição".
A denúncia contra Jair Bolsonaro foi formalmente apresentada ao STF na terça-feira (18) pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. No documento, o ex-presidente é acusado de liderar uma tentativa de golpe para reverter o resultado das eleições de 2022.
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