Escondido entre a densa Floresta Amazônica, às margens do Rio Negro, a aproximadamente 60 km de Manaus, encontra-se o Ariaú Amazon Towers, um hotel que já foi símbolo de luxo e exclusividade, mas que hoje jaz em ruínas, vítima do abandono e das intempéries.
Inaugurado em 1986 pelo empresário Ritta Bernardino, o Ariaú Amazon Towers foi concebido como o primeiro e maior hotel de selva do mundo. Sua estrutura impressionava: 288 quartos distribuídos em torres cilíndricas interligadas por extensas passarelas de madeira, totalizando até 8 km de caminhos suspensos sobre palafitas, algumas alcançando 40 metros de altura. O complexo, que se estendia por 66 hectares, contava ainda com piscinas, auditório panorâmico, bares temáticos e restaurantes, oferecendo aos hóspedes uma experiência imersiva na floresta sem abrir mão do conforto.
Durante seu auge, nas décadas de 1990 e início dos anos 2000, o hotel atraiu uma clientela ilustre. Figuras como o ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, o oceanógrafo Jacques Cousteau, o bilionário Bill Gates, os atores Jennifer Lopez e Kevin Costner, além de membros da realeza europeia, estiveram entre os hóspedes que buscavam a experiência única oferecida pelo Ariaú.
Entretanto, o esplendor do Ariaú começou a desmoronar diante de problemas financeiros e disputas judiciais entre herdeiros. Dívidas milionárias, incluindo pendências com a Petrobras Distribuidora e débitos de ICMS com o Estado do Amazonas, levaram ao fechamento do hotel em 2015. Em 2016, a Justiça penhorou o imóvel para cobrir as dívidas acumuladas.
Desde então, o Ariaú Amazon Towers permanece abandonado, com suas estruturas sendo lentamente consumidas pela floresta e pelo tempo. Tentativas de revitalização ou venda do empreendimento não obtiveram sucesso, e o que já foi um ícone da hotelaria amazônica agora serve como um lembrete melancólico da efemeridade do luxo em meio à natureza implacável.
Nelson Alberto Pulice 03/04/2025
A justiça é algo mais implacável que os efeitos da floresta amazônica, contra o que não pertence ao habitat natural! Penhoraram e, tudo ficou a mercê da floresta.
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