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JUDICIÁRIO Quarta-feira, 13 de Novembro de 2024, 10:00 - A | A

Quarta-feira, 13 de Novembro de 2024, 10h:00 - A | A

PEDIDO DE INTERVENÇÃO

CRM-MT aciona justiça e pede intervenção na Santa Casa de Rondonópolis por suspeitas de fraude

A autarquia apresentou indícios de graves irregularidades administrativas, incluindo atrasos nos pagamentos a médicos, suspeitas de fraudes contratuais e falta de transparência no uso de R$ 114 milhões em recursos públicos destinados ao hospital

 

O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) ingressou na Justiça Federal com uma ação civil pública na última segunda-feira,11, buscando uma intervenção na gestão da Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis.

 

A autarquia apresentou indícios de graves irregularidades administrativas, incluindo atrasos nos pagamentos a médicos, suspeitas de fraudes contratuais e falta de transparência no uso de R$ 114 milhões em recursos públicos destinados ao hospital entre 2023 e 2024.

 

Segundo o CRM-MT, entre os problemas identificados estão pagamentos por serviços médicos que não foram prestados, substituições de empresas contratadas sem quitar débitos anteriores e inconsistências nas escalas de profissionais em relação aos pagamentos efetuados.

 

Para solucionar o quadro, o Conselho solicitou o afastamento de oito diretores da Santa Casa, uma auditoria independente, e a proibição de novos contratos sem o aval de órgãos de controle.

 

Além disso, a ação descreve uma precariedade preocupante nas condições de trabalho no hospital, agravada pela inadimplência com médicos e falta de materiais essenciais.

 

Inspeções realizadas pelo CRM-MT, Coren-MT e Crea-MT constataram a ausência de insumos básicos e infraestrutura inadequada, o que tem comprometido o atendimento e afetado diretamente a população que depende do Sistema Único de Saúde (SUS).

 

O advogado Cristiano Polla, representante do CRM-MT, destacou que as falhas na gestão já motivaram a abertura de um inquérito pela Polícia Federal para investigar o uso dos recursos públicos no hospital, incluindo uma emenda de R$ 10 milhões destinada exclusivamente ao pagamento de honorários médicos.

 

Durante as investigações, a Polícia Federal identificou fortes indícios de má gestão e fraudes contratuais.

 

Na última segunda-feira, o CRM-MT também decretou a interdição ética das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) Neonatal e Pediátrica, do alojamento e da Sala de Parto da Santa Casa.

 

A medida foi motivada pela falta de pediatras e pelo esgotamento dos profissionais de saúde, que enfrentam jornadas exaustivas.

 

Diante desse cenário, o CRM-MT pediu que, ao final da ação, os diretores sejam definitivamente afastados e responsabilizados pela má gestão, além de obrigados a restituir os recursos públicos desviados.

 

A entidade também requer que a Santa Casa seja obrigada a se adequar às normas de gestão previstas nos convênios com a administração pública, garantindo um atendimento de qualidade e continuidade dos serviços

 

 

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