Em entrevista à imprensa, o promotor de Justiça Milton Mattos, da 7ª Promotoria de Justiça Cível da Capital, fez um alerta grave sobre a situação financeira da saúde pública de Cuiabá. De acordo com o promotor, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) enfrenta um déficit mensal de R$ 20 milhões, comprometendo a continuidade de serviços essenciais à população.
Somado a isso, a Empresa Cuiabana de Saúde Pública, que administra o Hospital São Benedito e o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), apresenta um déficit de R$ 10 milhões, o que eleva o prejuízo total para R$ 30 milhões por mês.
Embora o governo estadual mantenha os repasses financeiros em dia, Mattos destacou que esses recursos ainda são insuficientes para cobrir os custos operacionais dos hospitais e unidades de saúde.
O promotor alertou que, se não forem tomadas medidas urgentes, a rede pública de saúde de Cuiabá poderá entrar em colapso, prejudicando milhares de cidadãos que dependem dos serviços médicos.
"Os novos gestores terão de tomar decisões difíceis: ou reduzem serviços essenciais, ou buscam fontes alternativas de financiamento. Isso pode envolver desde o aumento de impostos até uma maior busca por apoio do Estado", afirmou Mattos.
Ele também destacou que hospitais filantrópicos como o Hospital de Câncer e o Hospital Geral já estão enfrentando problemas financeiros, com dívidas e atrasos nos pagamentos a fornecedores.
Alguns profissionais de saúde relatam até 90 dias sem receber seus salários.
Apesar das dificuldades financeiras, o promotor ressaltou que, até o momento, não há falta de medicamentos ou médicos nas unidades de saúde.
No entanto, o vencimento de contratos essenciais para a continuidade do atendimento no início de janeiro aumenta ainda mais a urgência da situação.
Mattos não vê necessidade de uma nova intervenção na gestão da saúde municipal, confiando que a nova administração, liderada pelo prefeito eleito Abílio Brunini, será capaz de enfrentar o déficit.