O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, negou o pedido da defesa do vereador Paulo Henrique (MDB) para revogar o uso de tornozeleira eletrônica.
A decisão foi publicada nesta quarta-feira (11), com base na acusação de envolvimento do parlamentar com uma facção criminosa que opera no estado.
Paulo Henrique responde por crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Ele foi preso em setembro na Operação Pubblicare, conduzida pela Ficco-MT (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado), mas foi liberado após cinco dias, mediante o cumprimento de medidas cautelares, incluindo o monitoramento eletrônico.
Na decisão, o magistrado destacou a “atuação mais contundente” do vereador, que teria intermediado relações entre membros da facção criminosa e fiscais da Prefeitura de Cuiabá.
Além disso, Paulo Henrique é acusado de utilizar contas do Sindarf/MT, sindicato que presidia, para movimentações financeiras ilícitas em benefício do grupo criminoso.
Operação Pubblicare:
A operação, desdobramento da Operação Ragnatela, investiga servidores públicos e agentes políticos que teriam auxiliado uma facção criminosa na lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.
Entre as práticas identificadas, está a organização de eventos em casas noturnas, financiados com recursos ilícitos.
Segundo as apurações, Paulo Henrique era responsável por facilitar a obtenção de licenças para shows sem a documentação necessária, recebendo contrapartidas financeiras.
A defesa do vereador argumentou que outros investigados não estão submetidos ao monitoramento eletrônico, mas o juiz considerou a situação de Paulo Henrique mais grave, negando o pedido de revogação das medidas cautelares.