O Ministério Público Eleitoral (MPE) ajuizou uma ação contra o prefeito reeleito de Brasnorte, Edelo Marcelo Ferrari, sua vice, Roseli Borges de Araújo Gonçalves, e o vereador Gilmar Celso Gonçalves, conhecido como "Gilmar da Obras".
A acusação envolve compra de votos durante as eleições municipais de 2024, incluindo a distribuição de frangos congelados e combustível ao povo indígena Enawenê-Nawê, além de transporte ilegal de eleitores para votação.
Segundo a denúncia apresentada pelo promotor Jacques de Barros Lopes, a chapa "Vamos Juntos Seguir em Frente" teria usado uma série de artifícios para aliciar eleitores indígenas, incluindo ofertas financeiras e a transferência de domicílios eleitorais para Brasnorte.
A Terra Indígena Enawenê-Nawê, no entanto, pertence aos municípios de Juína, Comodoro e Sapezal.
Provas como vídeos, depoimentos e transferências bancárias foram incluídas na investigação. Servidores municipais, como Rogério Gonçalves, subsecretário de Infraestrutura, e João Gomes da Silva Júnior, diretor de Iluminação, são citados como participantes da logística do esquema.
A prática resultou em um número expressivo de votos indígenas, considerados decisivos para o resultado.
O MPE busca a cassação dos registros ou diplomas dos políticos envolvidos, declaração de inelegibilidade por oito anos e aplicação de multas que podem chegar a R$ 53.205,00. A ação ainda prevê a anulação do pleito.