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POLICIAL Quarta-feira, 13 de Novembro de 2024, 14:19 - A | A

Quarta-feira, 13 de Novembro de 2024, 14h:19 - A | A

GEROU REVOLTA

Polícia pede arquivamento de caso de idoso morto por investigador e revolta família: “Injustiça”

No entanto, a família de João não aceita o arquivamento e defende que a decisão ignora elementos importantes e favorece o corporativismo policial

 

 O arquivamento do inquérito que investigava a morte de João Antônio Pinto, de 87 anos, gerou revolta e indignação na família do idoso.

 

O delegado Marlon Luz, responsável pela investigação, concluiu que o policial civil Jeovanio Vidal Griebel agiu em legítima defesa ao disparar contra o pioneiro em sua propriedade, no bairro Jardim Imperial, na região do Contorno Leste de Cuiabá.

 

No entanto, a família de João não aceita o arquivamento e defende que a decisão ignora elementos importantes e favorece o corporativismo policial.

 

O caso ocorreu em 23 de fevereiro, quando João Pinto foi alvejado no ombro em frente ao hangar de sua propriedade, onde comemoraria o aniversário de 64 anos de casamento com a esposa.

 

A família afirma que a decisão de arquivar o caso “foi parcial” e desconsidera provas e contextos importantes, como o fato de que o idoso possuía um registro legal de posse de arma como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), e estava em sua propriedade.

 

O delegado Marlon Luz apontou que João teria sacado uma arma e ameaçado os policiais que foram chamados ao local após uma denúncia de Elmar Soares Inácio, cunhado do investigador Griebel.

 

Elmar teria discutido com João Pinto sobre uma suposta invasão à propriedade do idoso. Para o delegado, a situação justificou a entrada dos policiais na propriedade e o uso moderado de força.

Segundo a perícia da Politec, João estava a 12 metros de Griebel e foi atingido de lado, contrariando a versão de que ele teria ameaçado diretamente os policiais.

 

No entanto, a polícia justifica que João foi uma “ameaça iminente”, e o arquivamento argumenta que Griebel agiu dentro da lei ao repelir a suposta agressão.

 

A advogada Gabriela Zaque, que representa a família de João, condena a decisão e afirma que os policiais entraram sem mandado judicial e sem flagrante, violando o processo penal.

 

A defesa também critica a falta de imagens do momento exato do disparo, já que a bateria do aparelho DVR estava descarregada e não registrou o ocorrido.

 

“Nosso objetivo é que o Ministério Público reavalie o caso e considere os direitos do seu João, que foi morto de forma injusta em sua própria propriedade”, disse Gabriela. Para a advogada, o arquivamento do caso “endossa um possível corporativismo”.

 

Agora, cabe ao Ministério Público Estadual decidir se aceita o arquivamento ou se avança para novas diligências.

 

Enquanto isso, a família do pioneiro se mantém em busca de justiça e aguarda o julgamento com a esperança de que o caso seja reaberto.

 

 

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