Durante reunião da Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado nesta terça-feira (10), o senador Jayme Campos (União-MT) voltou a criticar duramente o papel da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e as falhas no sistema energético de Mato Grosso.

 

O parlamentar chamou atenção para o impacto negativo que os altos custos e a má qualidade da energia elétrica têm causado no desenvolvimento econômico do estado.

 

Jayme Campos reiterou a necessidade de “abrir a caixa preta” do funcionamento da ANEEL, que, segundo ele, pouco tem feito para proteger os interesses da população.

 

Ele destacou que Mato Grosso, mesmo sendo um grande produtor de commodities, enfrenta problemas graves de distribuição de energia, o que paralisa o crescimento econômico de várias regiões, especialmente no setor agroindustrial.

 

O senador exemplificou a situação crítica com relatos do município de Santiago do Norte, onde a falta de energia chega a impedir até mesmo o uso básico de lâmpadas.

 

“É inadmissível que paguemos a energia mais cara do planeta e tenhamos um sistema inconfiável. Bastou ameaçar chover e a energia já cai”, criticou.

 

Além disso, Jayme Campos levantou suspeitas sobre operações financeiras de empresas do setor elétrico, classificando algumas práticas como “maracutaia”.

 

Ele mencionou casos de concessões renovadas sem transparência e criticou a falta de fiscalização sobre os valores pagos ao governo federal.

 

O senador também ressaltou os prejuízos causados pela ausência de eclusas em usinas hidrelétricas construídas no estado, como as dos rios Teles Pires-Tapajós e Araguaia-Tocantins. Para Campos, essa omissão elevou os custos logísticos de Mato Grosso, impedindo uma redução significativa no transporte de produtos agrícolas.

 

Jayme Campos finalizou seu discurso cobrando uma reforma ampla no setor energético, com mais transparência e eficiência. Para ele, a população e a economia mato-grossense não podem continuar pagando o preço por um sistema falho e mal gerido.