A Polícia Federal realizou neste sábado (14) uma operação que atingiu diretamente o núcleo próximo ao ex-governo de Jair Bolsonaro.
Entre os alvos estava o general Walter Braga Netto, ex-ministro e ex-candidato à vice-presidência, detido em seu apartamento no Rio de Janeiro por suspeita de obstrução de justiça.
A prisão integra um inquérito que investiga tentativas de golpe de Estado no período de transição presidencial.
Além de Braga Netto, o coronel Flávio Peregrino, seu assessor durante o governo Bolsonaro e no Partido Liberal, também foi implicado na operação. Embora sua residência em Brasília tenha sido alvo de buscas, Peregrino não foi preso.
Ele é descrito como “o Mauro Cid de Braga Netto” devido ao seu papel estratégico no planejamento logístico do suposto golpe.
Documentos comprometedores e novas revelações:
Durante as buscas, a PF encontrou documentos que detalham o plano conhecido como “Operação 142”, voltado para interromper a transição presidencial, anulando as eleições de 2022 e convocando novos pleitos.
Peregrino também é acusado de manipular informações relacionadas à delação do tenente-coronel Mauro Cid, que colaborou com as investigações ao expor a articulação golpista.
Os indícios apontam para uma rede que pretendia distorcer o artigo 142 da Constituição e justificar uma intervenção militar.
Desdobramentos das investigações:
A PF intensifica os esforços para identificar outros envolvidos no esquema e desmantelar a articulação.
As delações continuam sendo cruciais para desvendar conexões entre militares e civis que teriam planejado ações contra a ordem democrática.
As apurações também incluem tentativas de sabotagem às investigações, como destruição de provas e manipulação de delações, reforçando a gravidade das acusações.
Impacto no cenário político:
O inquérito revela um esforço coordenado para proteger envolvidos e evitar que a verdade viesse à tona.
A prisão de Braga Netto e os indícios contra Peregrino têm provocado repercussões significativas no meio político, ressaltando a necessidade de salvaguardar as instituições democráticas.
A continuidade das investigações deve trazer novos desdobramentos, mantendo o país em alerta para as consequências de uma possível tentativa de ruptura da ordem constitucional.