Os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, afastados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) há exatos 200 dias, continuam sob monitoramento eletrônico por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Afastados desde 2 de agosto de 2024 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), eles são acusados de envolvimento em um esquema de venda de sentenças no Judiciário mato-grossense. Ambos negam as acusações.
A investigação teve como ponto de partida a análise do celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023. No aparelho, foram encontradas mensagens que sugerem a negociação de decisões judiciais em troca de vantagens financeiras e presentes de alto valor.
Um dos diálogos envolve João Ferreira Filho, que recebeu imagens e mensagens sobre um relógio da marca Patek Philippe, cujos modelos podem ultrapassar R$ 300 mil. O presente seria uma suposta retribuição por decisões favoráveis em processos de interesse do advogado Flaviano Taques e do empresário Valdoir Slapak.
Já Sebastião de Moraes Filho teria sido mencionado em conversas sobre um suposto pagamento de R$ 600 mil, relacionado a um processo do produtor rural José Pupin, conhecido como o "Rei do Algodão". As mensagens indicam uma tentativa de intermediação financeira entre o magistrado, seu filho Mauro Thadeu Prado de Moraes, e Zampieri. Em um dos trechos, o advogado chegou a enviar imagens de barras de ouro de 400g, além de pedir os dados de PIX do desembargador para uma possível transação.
As defesas dos magistrados tentam reverter as liminares e suspender o uso da tornozeleira, mas, até o momento, não obtiveram êxito.
As informações são do jornal A Gazeta.