Em uma decisão publicada na última segunda-feira (9), o juiz João Filho de Almeida Portela, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou a soltura de três investigados na Operação Apito Final.
Entre eles está Michael Richard da Silva Almeida, identificado como "braço direito" de Paulo Witer Farias Paelo, conhecido como WT, acusado de comandar um esquema milionário de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas, para o Comando Vermelho.
Além de Michael Richard, Emerson Ferreira Lima e Erisson Oliveira da Silveira, apontados como integrantes do círculo íntimo de WT, também foram libertados.
Todos serão monitorados por tornozeleiras eletrônicas e deverão cumprir medidas cautelares como comparecimento mensal à Justiça, atualização de endereço, e proibição de contato com outros investigados.
A decisão também beneficia Renan Freire Borman, apontado como "homem de confiança" de WT, que recebeu autorização para passar as festividades de fim de ano em Chapada dos Guimarães, famosa por suas atrações turísticas.
Esquema milionário:
A Operação Apito Final foi deflagrada em abril de 2024 pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e revelou um esquema que movimentou R$ 65 milhões em bens para dissimular o capital ilícito gerado pelo tráfico de drogas.
O grupo teria utilizado métodos como a compra de imóveis, veículos de luxo, criação de times de futebol amador e construção de espaços esportivos para a lavagem de dinheiro.
Entre os bens adquiridos sem comprovação de renda lícita, destacam-se veículos como BMW X5, Volvo CX60, Toyota Hilux e Jeep Commander.
Segundo o magistrado, a decisão de soltura foi justificada pela ausência de motivos para manter a prisão preventiva, considerando que outros investigados já foram libertados.
O único que permanece detido é WT, apontado como o líder do esquema.
“A liberdade é a regra em nosso sistema jurídico, e a prisão, uma medida excepcional”, afirmou o juiz João Filho na decisão.
A Operação Apito Final cumpriu 54 ordens judiciais, incluindo a prisão de 20 alvos ao longo das investigações que duraram dois anos.
A ação buscou desarticular um esquema criminoso que atuava predominantemente na região do Jardim Florianópolis, em Cuiabá.