O promotor Rodrigo Fonseca Costa, mais votado para o cargo de procurador-geral de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), reacendeu o debate sobre o combate ao crime organizado ao afirmar que é preciso “evoluir os métodos” no enfrentamento às facções criminosas.
A declaração foi feita logo após a divulgação do resultado da eleição interna que formou a lista tríplice para o cargo de chefe do MP.
Fonseca segue a mesma linha do atual procurador-geral de Justiça, Deosdete Cruz Júnior, que, na semana passada, sugeriu a gravação de reuniões entre advogados e clientes em presídios como estratégia de enfrentamento ao crime organizado.
A fala de Cruz gerou uma reação imediata da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que interpôs judicialmente o procurador-geral, classificando a medida como uma violação de prerrogativas dos advogados e do direito à ampla defesa.
Rodrigo Fonseca, que lidera a lista enviada ao governador Mauro Mendes, ponderou sobre a polêmica e reforçou a necessidade de diálogo entre as instituições.
“Todas as entidades, inclusive a OAB, buscam combater o crime organizado. No entanto, é fundamental respeitar os direitos constitucionais do cidadão e garantir que o sistema jurídico se mantenha equilibrado e eficaz. O debate deve ser conduzido de forma democrática, com a participação de todos os envolvidos”, afirmou o promotor.
A lista tríplice também inclui o procurador José Antônio Borges e o promotor Carlos Eduardo Silva. Cabe ao governador Mauro Mendes decidir, nos próximos 15 dias, quem será o próximo procurador-geral.
Fonseca, que conta com o apoio de Deosdete, é apontado como favorito para assumir o cargo e já sinalizou que pretende priorizar o combate às facções criminosas, utilizando estratégias mais modernas e integradas.
O cenário atual em Mato Grosso expõe a força crescente das organizações criminosas no estado, exigindo respostas mais eficientes do sistema de justiça.
Para Fonseca, é imperativo que o Ministério Público acompanhe as transformações no modus operandi do crime.
“O crime organizado evolui, e o sistema jurídico precisa acompanhar essa evolução, modernizando suas estratégias e métodos de atuação”, ressaltou.
Apesar da expectativa de mudanças, o tema segue controverso, com opiniões divididas entre os defensores de medidas mais rígidas e aqueles que alertam para possíveis violações de direitos fundamentais.
A decisão final sobre o novo procurador-geral será um marco para definir o futuro do combate ao crime em Mato Grosso, em meio a debates sobre segurança, legalidade e garantias constitucionais