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JUDICIÁRIO Terça-feira, 31 de Dezembro de 2024, 18:16 - A | A

Terça-feira, 31 de Dezembro de 2024, 18h:16 - A | A

CORPO DE BOMBEIROS

Julgamento de tenente suspeita de torturar aluno é agendado

Ledur foi denunciada pelo crime de tortura, praticado no contexto militar, em decorrência dos eventos ocorridos durante o treinamento de salvamento aquático do 15º Curso de Formação de Soldado do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso.

 

Foi agendado para o próximo dia 29 de janeiro de 2025 o julgamento da tenente do Corpo de Bombeiros Izadora Ledur, acusada de maus-tratos contra o aluno Maurício Júnior dos Santos durante um treinamento em 2016 na Lagoa Trevisan, em Cuiabá. A sessão, que inicialmente estava marcada para o dia 17 de dezembro de 2024, foi remarcada devido à impossibilidade de comparecimento dos juízes militares responsáveis pelo caso. A audiência acontecerá às 14h.

 

A ação penal militar contra a tenente tramita desde 2020. Ledur foi denunciada pelo crime de tortura, praticado no contexto militar, em decorrência dos eventos ocorridos durante o treinamento de salvamento aquático do 15º Curso de Formação de Soldado do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso. O fato gerador da denúncia remonta a 2016, quando, durante o treinamento, Maurício foi submetido a um tratamento cruel e desumano, supostamente pela tenente.

 

Em agosto de 2024, o Ministério Público pediu a desclassificação do crime de tortura para maus-tratos, considerando que, apesar de o aluno Maurício ter vivido uma situação similar à de Rodrigo Claro, outro participante do curso que morreu durante o treinamento, não havia provas suficientes para caracterizar tortura. A defesa de Ledur tentou argumentar que Maurício havia fraudado sua inscrição, omitindo uma condição de saúde, mas a tese foi rejeitada, e a ação foi mantida.

 

De acordo com os autos, o dia do treinamento começou por volta das 7h e incluiu diversos exercícios, como corrida, flexões, polichinelos e abdominais, sendo finalizado com a travessia da Lagoa Trevisan. Durante o percurso, Maurício começou a sentir câimbras e foi ajudado por outros alunos, recebendo até uma boia ecológica de outro tenente. No entanto, a tenente Ledur determinou que os demais alunos seguissem à frente e, sozinha com Maurício, iniciou o que foi descrito como uma sessão de afogamento.

 

Após percorrer cerca de 40 metros na lagoa, Maurício começou a passar mal, sentindo-se exausto e sem forças para continuar. Ledur, então, teria ofendido o aluno e amarrado sua perna e braço com a corda do lifebelt, submergindo-o repetidamente na água. Quando Maurício implorou por socorro, gritando que não conseguia respirar, a tenente, além de repreendê-lo, somente cessou o afogamento quando o aluno perdeu a consciência.

 

Maurício foi encontrado inconsciente à beira da lagoa, em estado de esgotamento físico e mental. Mesmo assim, a tenente teria exigido que ele retornasse imediatamente para a água. Contudo, em virtude das dores intensas e do temor por sua vida, o aluno recusou, não podendo mais continuar as atividades aquáticas.

 

Este caso, que gerou grande repercussão, continua a aguardar o julgamento que pode definir a responsabilidade de Ledur pelos maus-tratos e pelos danos físicos e psicológicos causados a Maurício Júnior dos Santos durante o treinamento. O Ministério Público, ao revisar o caso, reconheceu a gravidade da conduta da tenente, mas o foco permanece na desclassificação do crime de tortura para maus-tratos. 

 

 

 

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