A juíza Giovana Pasqual de Mello, da 4ª Vara Cível de Sinop, concedeu a recuperação judicial ao grupo Agro Noro Ltda e a seus sócios, Eugenio Noro e Otília Mazzon. O grupo, que atua no cultivo de soja, milho e arroz em Sinop, Alta Floresta e Carlinda, enfrenta um passivo de aproximadamente R$ 200 milhões.
Os empresários relatam que a crise financeira teve início em 2012, quando uma empresa deixou de pagar pela compra de 60.000 sacas de milho. A situação se agravou com perdas em 2014 e 2016 devido a fenômenos climáticos como La Niña e El Niño, além de fraudes financeiras que impactaram a liquidez do grupo. Outros fatores, como a greve dos caminhoneiros em 2018, a alta do dólar, a pandemia de Covid-19 e o aumento dos custos de insumos entre 2021 e 2022, também contribuíram para a crise.
A decisão judicial manteve a essencialidade de diversos bens do grupo, incluindo caminhonetes, carretas, tratores, caminhões, colheitadeiras e plantadoras, garantindo a continuidade das atividades. A maioria dos credores do grupo é composta por instituições financeiras e revendedoras de insumos agrícolas.
Os credores têm um prazo de 15 dias para apresentar suas habilitações ou questionar os créditos listados no processo. A decisão da magistrada leva em conta a documentação apresentada e o parecer do perito judicial, que indicam a viabilidade da recuperação do grupo Agro Noro.