Em depoimento ao juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da Vara do Crime Organizado, Sandro Louco, líder do Comando Vermelho em Mato Grosso, negou envolvimento com tráfico de drogas e declarou sua intenção de mudar de vida após cumprir os 30 anos de reclusão na Penitenciária Central do Estado (PCE), apesar de somar mais de 170 anos de pena.
Durante a audiência, Sandro afirmou que sua ficha criminal não inclui processos relacionados a tráfico de drogas ou extorsão, embora ele tenha sido preso inicialmente por assalto a banco. "Pode procurar no meu processo, não tem processo de tráfico. Não gosto de trabalhar com drogas, não mexo com extorsão e não mando ninguém ficar fazendo roubo para mim. Até hoje, nunca pegaram eu fazendo isso e nem vão pegar, porque eu não faço isso", declarou.
O depoimento foi dado no contexto de uma investigação sobre uma organização criminosa supostamente liderada por Sandro, que inclui sua esposa Taiza, a ex-advogada Diana e o detento Luiz Fagner. A operação apura a lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas, o que o acusado nega ter envolvimento.
Sandro também aproveitou a audiência para fazer um pedido inusitado ao juiz: permissão para jogar futebol na unidade prisional. "Poxa, doutor, deixa eu entrar no sistema pelo menos para eu poder jogar bola, que é uma coisa que eu gosto de fazer. Eu não tô pedindo nada de mais para o senhor", apelou.
Demonstrando arrependimento, Sandro reforçou seu desejo de recomeçar. "Eu quero mudar minha vida, tenho fé em Deus que vou sair daqui completando os 30 anos. Eu vou embora e lá vou colocar em prática e mostrar que vou mudar minha vida", concluiu.
O caso segue em investigação, e o depoimento será analisado no contexto das provas reunidas pela operação.