O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) usou a tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), nesta quarta-feira (8), para criticar as punições aplicadas aos mato-grossenses envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. No discurso, realizado no aniversário de dois anos do episódio, Cattani classificou as condenações como "desproporcionais" e lamentou a situação dos envolvidos.
“Estou aqui lamentando e chorando pela minha pátria e pelos patriotas que defenderam opiniões contrárias”, declarou o deputado, em defesa dos manifestantes que contestaram o resultado das eleições presidenciais de 2022.
Ações e condenações
Os atos de 8 de janeiro, marcados por invasões e depredações de prédios como o Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal, resultaram na prisão de centenas de pessoas em todo o Brasil.
34 mato-grossenses ainda aguardam sentenças relacionadas ao caso, enquanto 11 já foram condenados, com penas que variam de 1 a 14 anos de reclusão.
Entre os nomes mencionados por Cattani está o líder indígena e pastor evangélico José Acácio Serere Xavante, conhecido como cacique Sererê Xavante, e a publicitária Simone Aparecida Tosato Dias, que recebeu uma pena de 14 anos de prisão por seu envolvimento.
Críticas às punições
Em sua fala, Cattani afirmou que muitos dos envolvidos foram condenados injustamente. “Esses patriotas foram punidos de forma desproporcional. Muitas pessoas deveriam ser punidas por vandalismo, no máximo. Mas não, mato-grossenses estão presos e vão ficar por muito tempo, por crimes que não cometeram”, argumentou.
O deputado também lamentou o impacto das sentenças, reiterando sua defesa dos condenados como cidadãos que, em sua visão, apenas expressavam opiniões contrárias às do governo.