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JUDICIÁRIO Sábado, 26 de Outubro de 2024, 11:05 - A | A

Sábado, 26 de Outubro de 2024, 11h:05 - A | A

COMENTÁRIOS EXCLUSIVOS

Cássia Kis vira ré por homofobia após justiça aceitar queixa-crime de José de Abreu

Se condenada, Cássia Kis poderá ser multada em até R$ 1 milhão.

TBN

 

Cássia Kis, uma renomada atriz brasileira, enfrenta atualmente um processo judicial por homofobia, após o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) atender a uma solicitação feita pelo Ministério Público Federal (MPF). A artista é acusada de ter feito comentários exclusivos contra pessoas transexuais durante uma entrevista concedida à jornalista Leda Nagle em 2022.

Na ocasião, Cássia estava no ar como a personagem Cidália na novela “Travessia”, da Rede Globo, e expressou opiniões consideradas homofóbicas, afirmando que as relações entre pessoas do mesmo sexo estariam “destruindo a família”. Essas declarações geraram grande repercussão e a colocaram no centro de uma polêmica sobre discursos de ódio e preconceito.

 
 
 

 

 

Durante a entrevista, Cássia Kis expressou preocupação com o que ela denominou como “ideologia de gênero”, mencionando relatos de crianças em escolas que, segundo ela, estariam sendo expostas a conteúdos inapropriados. Sua fala foi amplamente criticada por ativistas e defensores dos direitos LGBTQIAPN+, que consideraram suas declarações como fomentadoras de discriminação e preconceito.

 

“Não existe mais o homem e a mulher, mas mulher com mulher e homem com homem. Essa ideologia de gênero que já está nas escolas. Eu recebo as imagens inacreditáveis de crianças de 6, 7 anos se beijando, onde há inclusive um espaço chamado ‘beijódromo’ ou algo assim”, afirmou Cássia Kis.

“O que está por trás disso? Destruir a família, sem dúvida nenhuma. E não só. Destruir a vida humana, na verdade, porque que eu saiba homem com homem não dá filho, mulher com mulher também não dá filho. Como a gente vai fazer?”, questionou a famosa.

O processo judicial que Cássia Kis enfrenta é resultado de uma queixa-crime movida pelo coletivo Antra (Articulação Nacional dos Transgêneros) e pelo ator José de Abreu, que tem uma filha trans. A ação destaca o impacto negativo que tais declarações podem ter na sociedade, especialmente em um país que registra altos índices de violência contra pessoas trans.

 

Em junho deste ano, Cássia também se pronunciou contrária à legalização do aborto. A atriz foi demitida pela Globo em julho, após 34 anos de trabalho para a emissora, e o Terra Brasil revelou o motivo.

 

 

José de Abreu teve cinco filhos, frutos de três casamentos. O primeiro foi Rodrigo , que morreu aos 21 anos, em 1992 , ao cair da janela de seu apartamento no Rio de Janeiro . Na sequência, vieram Theo , de 45; Ana, de 44; Cristiano , de 37; e Bia, de 21. Em entrevista ao jornal Extra , o ator revelou ter uma filha que se identifica como mulher transexual há 2 anos.

 

“Minha última filha é trans. Era Bernardo, agora é Bia. Já estamos vivendo há dois anos assim. Eu apoiei desde o primeiro dia que soube”, afirmou. “Estamos fazendo um trabalho lento, com assistência psicológica, e espero que ela encontre o seu caminho e seja feliz”, declarou.

 

Filha trans de José de Abreu, Bia.

Impacto das falas na sociedade

É importante avaliar o impacto social causado por uma figura pública ao emitir opiniões preconceituosas. No caso de Cássia Kis, suas palavras ganharam ainda mais peso devido ao alcance e à relevância que tinha na época, especialmente por sua participação em uma novela exibida no horário nobre da televisão brasileira.

  • As declarações de Cássia foram vistas como uma potencial incitação ao preconceito e à violência contra a comunidade LGBTQIAPN+.
  • José de Abreu destacou que tais opiniões podem contribuir para o aumento da transfobia e da homofobia no Brasil.
  • Organizações e ativistas ressaltaram a responsabilidade de figuras públicas em promover discursos inclusivos e respeitosos.

 

 

 

Se condenada, Cássia Kis poderá ser multada em até R$ 1 milhão. Além disso, ela enfrenta outra ação judicial movida pelo Grupo Arco-Íris, que pede uma indenização coletiva de R$ 250 mil.

A complexidade do caso ressalta a importância de discutir os limites da liberdade de expressão e a responsabilidade das figuras públicas em evitar a disseminação de discurso de ódio, especialmente em uma sociedade ainda marcada por desigualdades e discriminações.

 
 

 

 

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