Em decisão proferida na sexta-feira,25, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, determinou que os inquéritos sobre suspeitas de vendas de sentenças judiciais envolvendo o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves tramitem na mais alta instância da justiça brasileira.
A decisão atende ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), representada pelo procurador-geral Paulo Gonet.
O caso, que ganhou amplitude nacional, tem como um dos pivôs o lobista de Mato Grosso, Andreson Gonçalves, investigado pela mediação de negociações de decisões judiciais em gabinetes do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O inquérito já resultou no afastamento de cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, e documentos relacionados ao caso foram remetidos ao STF pelo ministro do STJ, Francisco Falcão.
Gonçalves era conhecido como intermediário do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro do ano passado em Cuiabá.
As investigações apontaram que Zampieri mantinha relações suspeitas com magistrados, e mensagens encontradas em seu telemóvel forneceram provas que fundamentaram o afastamento de dois desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Andreson Gonçalves, segundo apurado, era responsável pela conexão de Zampieri com tribunais de Brasília, negociando sentenças judiciais nos gabinetes do STJ.
Os inquéritos relativos ao caso tramitam sob sigilo, e a PGR solicitou que as investigações relacionadas ao caso de Mato Grosso do Sul, que também envolvem suspeitas de venda de decisões judiciais, sejam incorporadas ao inquérito já em posse do ministro Zanin.
Até o momento, a investigação sobre o caso de Mato Grosso do Sul não apresenta citações a ministros.
